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Neste guia, você vai entender o que é DeFi, como funciona, os principais protocolos do mercado de Trading, suas vantagens, riscos e como começar a utilizar essas soluções de forma segura e estratégica.
O DeFi, ou Finanças descentralizadas, representa um ecossistema de serviços financeiros que opera sem bancos, corretoras centralizadas ou qualquer tipo de intermediário — tudo acontece diretamente na blockchain. Muito além de uma inovação passageira, o setor já movimentou mais de US$ 97 bilhões em 2025, com projeções que apontam para um mercado de US$ 1,16 trilhão até 2035.
Impulsionado pela busca por alternativas mais acessíveis, rápidas e transparentes ao sistema financeiro tradicional, o DeFi vem se consolidando como uma das maiores apostas do setor cripto. Com um CAGR estimado entre 44% e 53% até 2030, o modelo traz soluções como staking, stablecoins, DEXs e empréstimos automatizados — mudando radicalmente a forma como lidamos com dinheiro e investimentos.
O Que É DeFi: Origem e Significado
DeFi, ou finanças descentralizadas, é um ecossistema de serviços financeiros baseados em blockchain que funcionam sem a necessidade de bancos, corretoras ou outras instituições tradicionais como intermediárias.
Na prática, o DeFi permite que qualquer pessoa com conexão à internet acesse empréstimos, realize transferências, troque criptoativos ou invista. Sempre de forma direta, transparente e automatizada, por meio de contratos inteligentes (smart contracts).
De onde veio o termo DeFi?
O termo DeFi vem da expressão em inglês Decentralized Finance — finanças descentralizadas, em português. A princípio, surgiu da comunidade cripto como forma de nomear o movimento em busca de alternativas livres, abertas e acessíveis ao sistema financeiro tradicional.
Neste sentido, a descentralização é o pilar central do conceito. Em vez de depender de bancos ou governos, as transações e regras são programadas em código e registradas em blockchains públicas.
A ideia é simples, mas revolucionária: tirar o poder dos intermediários e colocá-lo nas mãos dos usuários, com autonomia garantida por algoritmos.
Quando e por que é que o DeFi surgiu?
O nascimento do DeFi está diretamente ligado à criação da Ethereum, em 2015. Então, foi a blockchain que abriu as portas para os chamados smart contracts. Em suma, trata-se de programas autoexecutáveis que permitiram desenvolver aplicações financeiras descentralizadas.
O marco inicial do setor foi o lançamento da MakerDAO, no final de 2017, com a stablecoin DAI. O objetivo do projeto era oferecer um sistema de empréstimos descentralizados. Desde então, surgiram dezenas de protocolos inovadores, por exemplo, o Compound (empréstimos) e a Uniswap (corretora descentralizada). Ambos iniciaram um novo paradigma para o mercado financeiro digital.
Logo, o DeFi surgiu, essencialmente, como resposta a um sistema financeiro centralizado, caro, burocrático e pouco acessível. Seu objetivo é principalmente democratizar o acesso aos serviços financeiros, sobretudo em países com economias instáveis ou com baixo acesso bancário.
Onde rodam as aplicações DeFi?
A maioria das aplicações DeFi são construídas sobre a blockchain do Ethereum, pioneira ao permitir o desenvolvimento de DApps (aplicativos descentralizados). No entanto, com o crescimento da demanda e os desafios de escalabilidade do Ethereum, outras redes também ganharam espaço. É o caso da Binance Smart Chain (BSC), Solana (SOL), Avalanche (AVAX) e Polygon (MATIC).
De modo geral, as plataformas competem para oferecer custos mais baixos, maior velocidade de transação e interfaces mais amigáveis. Ainda assim, o Ethereum continua o principal hub de finanças descentralizadas em termos de volume e inovação.
Qual o tamanho do DeFi?
O mercado de DeFi já movimenta cifras bilionárias e continua a expandir mesmo diante de desafios globais. Em seu auge, no início de 2022, o setor registrou mais de US$ 90 bilhões em valor total bloqueado (TVL). Essa, a propósito, é a métrica que indica quanto de criptoativos está travado em contratos inteligentes para operações como empréstimos, pools de liquidez e staking.
Em janeiro de 2024, o valor recuou para cerca de US$ 57,74 bilhões, reflexo de incertezas econômicas e ataques a exchanges. Contudo, no primeiro trimestre de 2025, o TVL voltou a crescer. Só para ilustrar, ultrapassou os US$ 156 bilhões, sinalizando retomada da confiança e uso das finanças descentralizadas pelos investidores.
Além disso, estima-se que o volume acumulado de transações DeFi atinja US$ 10 trilhões em 2025, impulsionado principalmente pelo avanço das aplicações, maior sofisticação dos protocolos e base crescente de usuários ao redor do mundo.
Ademais, as projeções de crescimento também são animadoras. De acordo com diferentes análises de mercado, o setor de finanças descentralizadas deve movimentar US$ 51,73 bilhões ainda em 2025. A expectativa é alcançar US$ 87,09 bilhões até 2030, a uma taxa de crescimento anual de 10,98%.
Em cenários mais otimistas, o DeFi pode ultrapassar a marca de US$ 1 trilhão até 2035, crescendo a impressionantes 53,99% ao ano.
Apesar das oscilações típicas do mercado cripto, o DeFi segue firme em seu processo de consolidação. Novos protocolos continuam surgindo, e a adesão por parte de investidores institucionais aumenta significativamente. Com isso, a expectativa é que, nos próximos anos, as finanças descentralizadas se integrem de vez ao sistema financeiro global.
Como Funciona o DeFi na Prática?
Na prática, o DeFi funciona por meio de aplicações descentralizadas (dApps) e contratos inteligentes que executam automaticamente operações financeiras em blockchain. Assim, dispensa o envolvimento de intermediários como bancos ou corretoras tradicionais.
Tudo o que é feito nas finanças descentralizadas, desde a concessão de um empréstimo à troca de criptomoedas, ocorre de forma direta entre usuários (peer-to-peer). Para isso, há regras programadas previamente e total transparência no código. Basta ter uma carteira cripto e acesso à internet para começar.
Nos tópicos a seguir, você vai entender os principais elementos que tornam isso possível: o papel dos contratos inteligentes, a função dos dApps e alguns exemplos reais de como o DeFi já está sendo usado hoje por milhões de pessoas.
O papel dos contratos inteligentes
Os smart contracts, ou contratos inteligentes, são o motor por trás de qualquer aplicação DeFi. Em resumo, são programas autoexecutáveis registrados no blockchain que seguem regras definidas previamente. E o mais importante: uma vez publicados, não podem ser alterados. Isso inegavelmente garante segurança, automação e transparência em cada operação.
Por exemplo, se um usuário empresta cripto para outro, o contrato inteligente cuida de todos os detalhes:
- registro do valor emprestado
- cálculo de juros
- exigência de garantias
- liberação do pagamento
Todo o processo, como já pontuamos, flui sem que uma instituição central precise autorizar ou intermediar o processo.
Porém, o modelo descentralizado tem outra vantagem importante. A princípio, impede fraudes, censuras ou alterações unilaterais no acordo, pois as informações ficam gravadas de forma pública, imutável e auditável na blockchain.
O que são dApps e como interagem com o usuário
As interações com os serviços DeFi ocorrem por meio dos dApps, os aplicativos descentralizados. Em suma, funcionam como as “interfaces” dos contratos inteligentes. Assim, possibilitam aos usuários acessar produtos financeiros diretamente, sem burocracia ou cadastro.
Ao contrário de um banco digital, que exige documentos, senhas e validações centralizadas, os dApps primeiro se conectam à carteira digital cripto, como a MetaMask. Então, autorizam transações com apenas alguns cliques. Deste modo, você continua no controle total dos ativos.
Também não precisa entregar dados pessoais ou confiar em uma instituição para operá-los.
Além disso, a maioria dos dApps é open source. Em outras palavras, qualquer pessoa pode verificar, auditar ou até mesmo melhorar o código. O sistema, sem dúvidas, reforça a proposta de descentralização e empodera a comunidade de usuários.
Aplicações DeFi: exemplos reais de uso
Agora que já entendemos a base tecnológica, vale ver como o DeFi é aplicado no dia a dia. Por isso, veja quais são os principais casos de uso:
Exchanges descentralizadas (DEX)
Vamos falar melhor delas adiante, mas as corretoras descentralizadas (DEX) permitem a troca direta de criptoativos entre usuários, sem que um intermediário controle os fundos. A negociação ocorre entre carteiras, de forma automática, via smart contracts.
Plataformas como Uniswap (na rede Ethereum) e PancakeSwap (na Binance Smart Chain) lideram o mercado. A Uniswap, inclusive, já ultrapassou US$ 1 trilhão em volume acumulado de negociações. O que inegavelmente mostra a força do modelo frente às corretoras centralizadas (CEX), como Binance e Coinbase.
Plataformas de empréstimo
Quer pegar um empréstimo sem precisar passar por análise de crédito, banco ou papelada? O DeFi torna isso possível. Protocolos como Aave, Compound e MakerDAO oferecem empréstimos com garantia em cripto. Ou seja, você bloqueia os ativos digitais como colateral e retira outra criptomoeda em troca.
Ao mesmo tempo, também é possível emprestar suas moedas e receber juros, de forma passiva e contínua. O modelo, conhecido como lending, é um dos mais populares nas finanças descentralizadas e já acumulou mais de US$ 80 bilhões em TVL em seu auge.
Stablecoins
As stablecoins são essenciais no ecossistema DeFi porque oferecem estabilidade em um mercado naturalmente volátil. São criptomoedas atreladas a ativos estáveis, como o dólar ou o euro. Exemplos populares incluem USDT (Tether), USDC (USD Coin) e DAI, da MakerDAO.
Com os ativos digitais, os usuários conseguem fazer transações, poupar e negociar em cripto sem se preocupar com oscilações bruscas de preço. Além disso, as stablecoins são amplamente usadas em dApps, empréstimos, pagamentos e transferências no universo DeFi.
Corretoras CEX vs DEX: Quais as Diferenças?
A principal diferença entre corretoras CEX e DEX está na forma como operam. Nas CEX, uma empresa centraliza o controle das transações e ativos. Nas DEX, por sua vez, tudo acontece de forma descentralizada, direta entre os usuários, sem intermediários.
Para você entender melhor, as corretoras centralizadas (CEX) são parecidas com bolsas de valores digitais, inclusive na estrutura, atendimento e regulamentações. Por outro lado, as corretoras descentralizadas (DEX) funcionam sobre smart contracts em blockchain. Assim, conferem mais autonomia, privacidade e controle sobre os fundos.
Nos próximos tópicos, explicamos em detalhes como cada uma funciona, suas vantagens e o que considerar ao escolher a melhor corretora cripto para você.
O que são corretoras centralizadas?
As corretoras centralizadas, conhecidas como CEX (de Centralized Exchange), são plataformas operadas por empresas que atuam como intermediárias entre compradores e vendedores. Nelas, os usuários criam contas, passam por verificação de identidade (KYC) e depositam seus fundos diretamente na corretora. Essa, então, passa a custodiar os ativos.
Funciona como um mercado online com livro de ordens e infraestrutura robusta. Plataformas como Binance, Mercado Bitcoin e Coinbase são exemplos populares de CEXs. De modo geral, oferecem uma experiência mais parecida com aplicativos bancários, com interface intuitiva, suporte ao cliente e recursos avançados como staking, contratos futuros e margem de negociação.
Vantagens:
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Interface fácil de usar, ideal para iniciantes
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Alta liquidez e execução rápida de ordens
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Conversão direta entre moedas fiduciárias (como reais ou dólares) e criptos
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Suporte técnico e serviços adicionais
Desvantagens:
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Controle dos ativos fica nas mãos da plataforma
-
Risco de ataques cibernéticos
-
Exige cadastro e envio de documentos (menos privacidade)
O que são corretoras descentralizadas?
As corretoras descentralizadas, ou DEX (Decentralized Exchange), operam de forma autônoma por meio de contratos inteligentes em blockchain, sem nenhuma empresa intermediando as negociações. Nelas, os usuários mantêm o controle total sobre seus criptoativos, interagindo com a plataforma via carteiras como MetaMask ou Trust Wallet.
Em vez de um livro de ordens tradicional, as DEXs utilizam pools de liquidez, alimentados pelos próprios usuários, para facilitar a troca entre tokens. Exemplos de corretoras descentralizadas são a Uniswap, na rede Ethereum, e a PancakeSwap, na Binance Smart Chain.
Além de comprar e vender criptos de forma peer-to-peer, as DEXs permitem fornecer liquidez e receber recompensas, participar da governança dos protocolos e explorar tokens recém-lançados.
Vantagens:
-
Controle total dos fundos pelo próprio usuário
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Sem exigência de KYC ou verificação de identidade
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Maior privacidade e resistência à censura
-
Listagem rápida de novos tokens
Desvantagens:
-
Interface e usabilidade mais técnica
-
Risco de perda por erros operacionais ou projetos não auditados
-
Problemas de liquidez e maior slippage em transações de grande volume
Critério | CEX (Corretora Centralizada) | DEX (Corretora Descentralizada) |
---|---|---|
Intermediação | A plataforma atua como intermediária entre compradores e vendedores | A negociação é direta entre os usuários (peer-to-peer) |
Controle dos ativos | Os fundos ficam sob custódia da corretora | O usuário mantém o controle total da sua carteira |
Verificação (KYC/AML) | Exige cadastro, documentos e validação de identidade | Geralmente não exige KYC nem registro de dados pessoais |
Privacidade | Menor privacidade; dados pessoais ficam com a empresa | Maior privacidade e anonimato no uso |
Facilidade de uso | Interface amigável, ideal para iniciantes | Pode ser mais técnica e complexa para quem está começando |
Liquidez | Alta liquidez e maior volume de negociação | Liquidez variável; depende dos usuários e pools |
Conversão com moeda fiduciária | Aceita depósitos e saques em reais, dólares etc. | Opera apenas com criptoativos; não aceita moeda fiduciária diretamente |
Velocidade de transação | Ordens são executadas fora da blockchain (mais rápidas) | Transações ocorrem na blockchain (podem ser mais lentas e caras) |
Riscos de segurança | Suscetível a ataques centralizados e falhas internas | Risco ligado a bugs em smart contracts e golpes em projetos falsos |
Governança | Controlada por uma empresa ou entidade central | Governança feita por holders de tokens (comunidade) |
Qual tipo é melhor para quem está começando?
Para quem está começando no ecossistema cripto, as corretoras centralizadas (CEX) tendem a ser a melhor porta de entrada. Isso porque oferecem um ambiente mais familiar, com suporte ao cliente e integração com moeda fiduciária. Ainda, um processo de uso mais simples, mesmo para quem nunca negociou antes.
Já as DEXs são indicadas para quem busca mais autonomia e valoriza a privacidade. Também já possui certo domínio sobre carteiras digitais, gestão de chaves privadas e os riscos de operar sem um intermediário.
No entanto, uma estratégia interessante é usar ambos os modelos de forma complementar. Ou seja, CEX para entrada e saída no ecossistema cripto (compra com reais, por exemplo), e DEX para explorar novos tokens e participar ativamente do mundo DeFi com mais liberdade.
Principais Protocolos DeFi que Você Precisa Conhecer
Desperou o interesse em explorar o universo das finanças descentralizadas? Então, entender quais são os principais protocolos DeFi é fundamental para tomar decisões mais seguras e estratégicas. Afinal, esses projetos são a espinha dorsal do ecossistema cripto que busca substituir bancos e instituições financeiras tradicionais com soluções automatizadas, transparentes e acessíveis.
A seguir, apresentamos quatro dos protocolos DeFi mais consolidados do mercado. Cada um tem suas características próprias, mas todos compartilham o mesmo propósito: reinventar os serviços financeiros por meio da tecnologia blockchain.
Uniswap
A Uniswap é uma das maiores e mais influentes corretoras descentralizadas (DEX) do mundo cripto. Lançada em 2018 na rede Ethereum, revolucionou o mercado ao introduzir o conceito de “automated market makers” (AMMs). Trata-se de um sistema que elimina o tradicional livro de ordens e permite que usuários troquem tokens diretamente, com liquidez fornecida pela comunidade.
Na prática, a Uniswap permite que qualquer pessoa negocie criptoativos de forma totalmente peer-to-peer, sem intermediários ou cadastros. Além disso, os usuários que depositam seus ativos nos pools de liquidez são recompensados com uma parcela das taxas de negociação.
O protocolo também possui um token nativo, o UNI, que serve para governança descentralizada e pode ser usado para pagar taxas na plataforma ou participar de votações que moldam o futuro da Uniswap.
Aave
O Aave é um dos protocolos de empréstimos descentralizados mais avançados do ecossistema DeFi. Por meio dele, os usuários podem emprestar ou tomar emprestado criptoativos diretamente de outros usuários, com contratos inteligentes gerenciando toda a operação. Ou seja, sem burocracia, bancos ou análise de crédito.
Um dos grandes diferenciais do Aave é o conceito de empréstimos-relâmpago (flash loans). Em suma, permite pegar um empréstimo sem garantias, desde que o valor seja devolvido dentro da mesma transação. A funcionalidade é amplamente utilizada por traders e desenvolvedores para arbitragens e estratégias mais complexas.
O protocolo é alimentado pelo token AAVE, que oferece vantagens como descontos nas taxas e participação nas decisões de governança. Além disso, pode ser usado para gerar rendimento passivo por meio do staking no próprio protocolo.
MakerDAO
A MakerDAO é um dos projetos mais antigos e respeitados das finanças descentralizadas. Criado em 2015, é responsável pela emissão da stablecoin DAI, que tem paridade com o dólar. Ademais, é amplamente utilizada em outros protocolos DeFi como meio de pagamento e colateral.
O funcionamento é simples. Em primeiro lugar, o usuário deposita criptomoedas como Ethereum (ETH) ou Chainlink (LINK) como garantia. Então, em troca, recebe DAI. O processo é 100% gerido por smart contracts, portanto, assegura estabilidade, transparência e independência de qualquer banco central.
O ecossistema Maker também é regido por um token de governança, o MKR, utilizado para votar em atualizações do protocolo, taxas de estabilidade e limites de risco. Mais uma vez: todo o processo se dá de forma descentralizada pela própria comunidade.
Compound
Por fim, o Compound é outro protocolo DeFi com foco em empréstimos colateralizados. Assim, permite aos usuários emprestarem seus criptoativos ou tomarem empréstimos diretamente em blockchain. A grande inovação entretanto está no uso de algoritmos automatizados para ajustar taxas de juros em tempo real, com base na oferta e demanda do mercado.
Com isso, quem deposita cripto no protocolo ganhar juros dinâmicos de acordo com as condições do mercado, sem negociar nada manualmente. O token nativo, COMP, é usado tanto para recompensar os usuários ativos quanto para fins de governança. Deste modo, viabiliza à comunidade decidir sobre mudanças e atualizações do sistema.
Hoje, o Compound já opera em múltiplas blockchains e é uma das peças-chave do ecossistema de finanças descentralizadas, com bilhões de dólares bloqueados em valor (TVL).
Protocolo | Tipo de Serviço | Token Nativo | Blockchain Principal | Principais Funções |
---|---|---|---|---|
Uniswap | Exchange Descentralizada (DEX) | UNI | Ethereum | Troca direta de tokens (swap), pools de liquidez, governança descentralizada |
Aave | Empréstimos e financiamentos | AAVE | Ethereum / Polygon / Avalanche | Empréstimos colateralizados, empréstimos-relâmpago, renda passiva via staking |
MakerDAO | Emissão de stablecoin e empréstimos | MKR / DAI | Ethereum | Emissão da stablecoin DAI, empréstimos colateralizados, governança via token MKR |
Compound | Plataforma de empréstimos | COMP | Ethereum | Empréstimos de cripto, geração de juros com depósitos, ajustes de taxas via algoritmo |
Vantagens do DeFi em Relação ao Sistema Tradicional
O DeFi traz uma nova lógica para o sistema financeiro, pois é acessível, transparente e sem intermediários. Ao remover as barreiras impostas por bancos e instituições centralizadas, oferece mais autonomia, menores custos e oportunidades reais de geração de renda passiva.
Em contraste com o sistema financeiro tradicional, o DeFi aposta na descentralização como chave para um mercado mais justo e inclusivo. A seguir, veja duas das principais vantagens que têm atraído usuários de todos os perfis para o universo das finanças descentralizadas.
Menos intermediários, mais autonomia
Nas finanças descentralizadas, o usuário não precisa abrir conta em banco, submeter documentos ou aguardar aprovação para acessar serviços como crédito, câmbio ou investimentos. Basta uma carteira digital cripto, conexão com a internet e interação com dApps para começar.
Isso elimina intermediários e devolve ao indivíduo o controle total sobre seu dinheiro, algo impensável no sistema tradicional. Além disso, as taxas cobradas pelos protocolos DeFi tendem a ser menores do que as praticadas por bancos e fintechs, pois não há estruturas administrativas custosas no processo.
Outro ponto importante é a acessibilidade global. Seja qual for a localização ou status bancário, qualquer pessoa pode utilizar soluções DeFi a qualquer hora, sem depender de autorização de governos ou instituições.
Potencial de renda passiva
O DeFi também se destaca por criar novas formas de rendimento, principalmente por meio da renda passiva. É possível, por exemplo, emprestar criptomoedas e receber juros. Ou, ainda, fornecer liquidez a exchanges descentralizadas e ser remunerado com parte das taxas cobradas nas negociações.
Plataformas como Aave, Compound e Uniswap são exemplos claros disso. Em suma, permitem que os usuários ganhem sem negociar ativamente, apenas disponibilizando seus ativos por um período de tempo. Trata-se dá estratégia conhecida como yield farming.
Com isso, o DeFi se coloca como alternativa ao sistema bancário, mas também como ferramenta de investimento e geração de renda para pessoas que, muitas vezes, estavam à margem das oportunidades do sistema financeiro tradicional.
Riscos do DeFi
Apesar das inúmeras vantagens, o DeFi ainda é um ecossistema jovem e em constante evolução. Como toda tecnologia emergente, carrega riscos importantes, desde falhas técnicas até fraudes e ausência de regulação.
Logo, é fundamental conhecer os pontos de atenção antes de investir ou movimentar ativos em plataformas de finanças descentralizadas. Por isso, entenda abaixo os principais riscos envolvidos para operar com mais segurança.
Volatilidade e falhas em contratos inteligentes
Assim como o restante do mercado cripto, os protocolos DeFi se expõem à alta volatilidade. Em outras palavras, tokens e ativos podem sofrer grandes oscilações em questão de minutos, o que impacta diretamente o valor investido, rendimentos e até garantias de empréstimos.
Além disso, por mais que os contratos inteligentes ofereçam segurança e automação, ainda são suscetíveis a falhas de código e bugs. Um exemplo foi o ataque à Poly Network em 2021. Na época, um hacker explorou uma vulnerabilidade e desviou mais de US$ 600 milhões.
Por isso, é recomendável optar por protocolos consolidados, já auditados e com histórico de segurança, principalmente se você ainda está se familiarizando com o que é DeFi.
Golpes, hacks e falta de regulamentação
Outro desafio importante é a falta de regulamentação. Como as finanças descentralizadas operam fora dos sistemas tradicionais, não há garantias legais caso o investidor caia em um golpe, perca acesso à sua carteira ou seja vítima de um ataque hacker.
Infelizmente, casos de rug pulls (quando desenvolvedores abandonam o projeto e somem com os fundos) e phishing (roubo de dados sensíveis) ainda são comuns no setor. De acordo com o site Cryptosec, entre 2020 e 2021, os protocolos DeFi sofreram ao menos 75 ataques, com prejuízos que superaram US$ 1,7 bilhão.
Além disso, muitas plataformas ainda apresentam interfaces pouco intuitivas e complexas, o que pode dificultar o uso por quem está começando e abrir brechas para erros operacionais.
Como Investir em Finanças Descentralizadas com Segurança
Investir em DeFi exige atenção redobrada à segurança. Embora as oportunidades sejam atrativas, o ecossistema ainda é técnico e vulnerável. Por isso, é fundamental seguir boas práticas desde o primeiro passo: escolher a carteira certa até acessar os protocolos mais confiáveis.
Veja a seguir como começar no universo das finanças descentralizadas com mais proteção e autonomia.
Criar uma carteira digital
O primeiro passo para acessar protocolos DeFi é ter uma carteira digital (wallet). Em suma, a carteira será seu “cofre” pessoal de criptomoedas e a ponte entre você e os dApps (aplicativos descentralizados).
Para uso no dia a dia, as carteiras quentes como MetaMask, Trust Wallet e Exodus são as mais indicadas. Afinal, são gratuitas, funcionam como extensões no navegador ou apps no celular e são compatíveis com as principais blockchains.
Já para quem deseja segurança máxima, sobretudo para grandes valores ou investimentos de longo prazo, carteiras frias como a Ledger Stax oferecem proteção offline, imune a ataques virtuais.
Dica importante: sempre mantenha o controle das chaves privadas, ative autenticação em dois fatores (2FA) e nunca compartilhe seus dados de acesso com terceiros.
Best Wallet: Carteira Web3 para quem começa no universo DeFi
Se você está começando agora no universo das finanças descentralizadas, escolher uma carteira segura é um passo essencial. Uma opção prática para usuários no Brasil é a Best Wallet, uma carteira descentralizada que permite interagir com protocolos DeFi diretamente do celular, de forma rápida, segura e sem intermediários. Veja abaixo como configurá-la e começar a usá-la no dia a dia:
1. Baixe o aplicativo diretamente do site oficial
O primeiro passo é acessar o site da Best Wallet e fazer o download do app. Ao clicar na opção de instalação, será exibido um QR Code — basta escaneá-lo com a câmera do seu celular para iniciar o processo.
2. Crie sua conta no aplicativo
Depois que o app estiver instalado, abra-o no seu dispositivo. O processo de cadastro é simples e não requer validação de identidade (KYC), como envio de documentos ou comprovação de endereço. Você poderá optar entre registrar-se com um endereço de e-mail ou fazer login com uma conta Google.
3. Ative a verificação em duas etapas
Durante o processo de configuração inicial, é possível ativar a autenticação de dois fatores (2FA), um recurso extra de segurança que aumenta a proteção da sua conta.
4. Defina uma senha de acesso
Na sequência, será solicitado que você crie uma senha para proteger o acesso ao aplicativo no seu celular. Após essa etapa, a criação da conta estará finalizada.
Como a Best Wallet é uma carteira descentralizada (non-custodial), você receberá uma frase-semente (ou seed phrase) — um conjunto de palavras que funciona como chave-mestra para acessar seus fundos. Essa frase é gerada nas configurações do app, acessando a opção “Manage Wallets”. Anote-a em local seguro e nunca a compartilhe com terceiros.
Visite Best WalletAcessar plataformas como Aave, Maker ou Uniswap
Com a carteira pronta, o próximo passo é conectar-se a plataformas DeFi consolidadas e seguras. Como já destacamos, as mais conhecidas são:
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Aave: permite emprestar ou tomar empréstimos de criptoativos.
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MakerDAO: possibilita emitir a stablecoin DAI a partir de colaterais como ETH.
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Uniswap: maior DEX para trocas diretas entre tokens.
Para começar, acesse o site oficial da plataforma, clique em “Conectar carteira” e siga as instruções. Lembre-se de que você precisará do token da rede (como ETH para operar no Ethereum) para pagar as taxas (gas fees).
Além disso, evite links duvidosos e verifique se o protocolo foi auditado por empresas independentes, como Certik ou Trail of Bits. A propósito, é uma etapa essencial para proteger seus fundos de bugs e falhas de segurança.
Escolher boas corretoras cripto
Antes de interagir com os protocolos DeFi, você precisa comprar criptoativos. Para isso, use apenas corretoras confiáveis e reguladas. No Brasil, algumas das melhores corretoras cripto em 2025 são:
- Binance – variedade de ativos DeFi e alta liquidez global.
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Coinbase – boa reputação internacional e interface simples.
Além disso, sempre verifique sempre as taxas, o suporte ao cliente e se a corretora tem autorização de operação no Brasil (ou seu país de residência). Ter uma boa corretora é fundamental para comprar tokens como UNI, AAVE ou DAI com segurança e agilidade.
Checklist Rápido: Está Pronto para Usar DeFi?
Antes de investir, é essencial saber se você realmente está pronto para navegar pelo mundo das finanças descentralizadas. Para te ajudar, use esse checklist rápido como um guia prático:
Já tem uma carteira cripto?
Antes de qualquer coisa, responda a essas perguntas:
- Sua carteira digital está configurada corretamente?
- Você tem controle das chaves privadas e backup seguro da seed phrase?
- A carteira é compatível com Ethereum, BNB Chain e outras blockchains populares?
Se ainda não criou uma, comece por opções como Best Wallet, MetaMask ou Trust Wallet.
Entende os riscos?
Você conhece os principais riscos do DeFi, como volatilidade, slippage, impermanent loss, falhas em contratos inteligentes e golpes? Além disso, sabe que não há garantia ou ressarcimento se perder fundos por erro ou ataque hacker?
Outra pergunta pertinente é: já definiu o quanto está disposto a investir e perder, se necessário?
Se tiver dúvidas, invista primeiro em tokens DeFi em exchanges reguladas, e só depois avance para protocolos descentralizados.
Já escolheu uma plataforma segura?
Por fim, você pesquisou se a plataforma tem auditorias públicas? Ademais, está usando o site oficial, e não links de terceiros? A plataforma tem reputação sólida e já está estabelecida no mercado?
Dica final: prefira nomes como Aave, MakerDAO e Uniswap, que já passaram pelo teste do tempo e são constantemente auditados.
Futuro do DeFi: O Que Vem Por Aí?
O que é DeFi hoje ainda é só o começo. As próximas fronteiras envolvem integração com o sistema financeiro tradicional, regulamentações mais claras e expansão para novos públicos, inclusive no Brasil.
O cenário está em rápida transformação, e quem acompanha de perto tende a encontrar mais oportunidades.
Integração com bancos e regulações
A tendência é que bancos e instituições tradicionais se integrem cada vez mais ao ecossistema DeFi. Só para ilustrar, já há produtos híbridos no mercado, como ETFs, fundos com exposição a cripto e protocolos voltados a instituições com mecanismos de KYC. É o caso do Aave Arc, por exemplo.
Essa aproximação pode trazer mais liquidez, segurança jurídica e, ao mesmo tempo, desafiar os valores mais puristas da descentralização. O equilíbrio virá com regulações inteligentes, que protejam os usuários sem travar a inovação.
Bancos centrais ao redor do mundo, incluindo o Banco Central do Brasil, já discutem maneiras de regulamentar os protocolos DeFi e integrar criptoativos ao sistema monetário tradicional.
Expansão no Brasil e globalmente
A princípio, o Brasil tem tudo para ser um dos grandes protagonistas na expansão do DeFi. O país já conta com:
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Corretoras reguladas e com boa infraestrutura;
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Crescimento da educação cripto e financeira;
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População aberta a novos meios de pagamento e rendimento.
Globalmente, veremos mais tokenização de ativos do mundo real (RWAs), como imóveis e ações, além de interfaces mais intuitivas, interoperabilidade entre redes e maior adoção de stablecoins atreladas a moedas locais.
O futuro do DeFi será cada vez mais multicadeia, acessível, integrado e transparente. E quem começa agora, mesmo com passos pequenos, estará mais preparado para aproveitar o que vem por aí.
Perguntas Frequentes sobre DeFi (FAQs)
FAQs
O que significa DeFi?
DeFi é a abreviação de Decentralized Finance, ou finanças descentralizadas. Em suma, refere-se a serviços financeiros operando em blockchain, sem bancos ou intermediários.
Como ganhar dinheiro com o DeFi?
Você pode lucrar com juros por empréstimos, fornecimento de liquidez em DEXs, staking de tokens ou valorização de ativos DeFi como UNI e AAVE.
Para que serve o DeFi?
O DeFi serve para negociar, emprestar, tomar empréstimos e investir em cripto de forma direta, segura e sem depender de instituições financeiras tradicionais.
O que é uma moeda DeFi?
Uma moeda DeFi é um token usado em protocolos de finanças descentralizadas, como o UNI (Uniswap), AAVE (Aave) ou DAI (MakerDAO), com funções variadas no ecossistema.
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