O que é Blockchain? Guia completo sobre segurança, descentralização e negociação

Por Thiago Luiz Lapa

Última atualização: mar 26, 2025

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Criptomoedas são uma classe de ativos de alto risco. Este artigo tem fins informativos e não constitui uma recomendação de investimento. Você pode perder todo o seu capital. Por meio de nossos links de afiliados, o 99Bitcoins pode receber comissões por visitas a corretoras recomendadas, sem nenhum custo adicional para você. Todas as nossas recomendações seguem um processo de revisão minucioso.
O que é blockchain. Imagem abstrata de um sistema de criptografia, exibindo cubes conectados e painéis digitais, representando tecnologia de segurança digital e blockchain
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Nos últimos anos, o blockchain se tornou uma das palavras mais faladas no universo da inovação. Muito além das criptomoedas, essa tecnologia está no centro de uma verdadeira revolução digital, com impactos profundos em setores como finanças, cadeias de suprimento, segurança de dados e modelos de governança descentralizada.

Mais do que um banco de dados tradicional, o blockchain é um sistema distribuído que permite transações seguras, transparentes e imutáveis, eliminando a necessidade de intermediários e redefinindo a forma como confiamos nas informações digitais.

Seu alcance vai além das finanças: Web3, metaverso, NFTs e a tokenização de ativos físicos e digitais são apenas algumas das inovações que se baseiam nessa tecnologia. Mas afinal, o que é blockchain, como ele funciona na prática e por que é considerado tão seguro?

Neste artigo, vamos explicar tudo o que você precisa saber — de forma simples, direta e acessível.

O que é blockchain e como funciona?

O que é blockchain. Imagem representando um ambiente digital futurista, com cubos iluminados conectados em rede, simbolizando tecnologia blockchain.

O blockchain é uma tecnologia projetada para registrar transações de maneira segura, transparente e imutável. Embora seja mais conhecido por ser a base das criptomoedas como o Bitcoin, seu potencial vai além, pois impacta diversos outros setores. Por exemplo, contratos inteligentes, rastreamento logístico e autenticação de documentos. Vamos entender melhor sobre esse conceito?

Definição de blockchain: um livro-razão digital distribuído

O blockchain é um banco de dados descentralizado que organiza informações em blocos encadeados com o propósito de garantir que os registros sejam permanentes e confiáveis. Cada bloco contém um conjunto de transações, um identificador único chamado hash e a referência ao bloco anterior. Assim, como o próprio nome já diz, cria uma cadeia interligada.

Esse sistema impede que qualquer dado seja modificado sem que toda a rede perceba, fator que torna o blockchain altamente seguro. De modo geral, a validação das transações ocorre por meio de um mecanismo de consenso, por exemplo, o Proof of Work (PoW) ou Proof of Stake (PoS). São estes recursos que impedem que alguma entidade tenha controle absoluto sobre a rede.

Principais características do blockchain

  • Livro-razão digital: o blockchain funciona como um livro contábil no qual se registra cada transação de forma permanente.
  • Sistema distribuído: além disso, não há um servidor central. Em outras palavras, todos os participantes da rede (nós) mantêm uma cópia do histórico de transações, sem a necessidade de intermediários.
  • Segurança por criptografia: como veremos adiante, os registros são protegidos por algoritmos criptográficos, assim, os dados não podem ser alterados ou hackeados.
  • Transparência e auditoria: qualquer usuário da rede pode verificar as transações, o que torna o sistema confiável e à prova de fraudes.
  • Imutabilidade: uma vez que se registra um bloco na blockchain, não dá para alterá-lo sem comprometer toda a estrutura da cadeia. É, sem dúvidas, um fator que garante integridade e confiabilidade aos dados.

Como os blocos e transações são registrados?

Em resumo, o funcionamento do blockchain se baseia em blocos encadeados, que registram e armazenam transações de forma segura e imutável. Então, cada transação é validada e registrada de maneira descentralizada. Parece complicado, né? Mas, é mais simples do que imagina! Veja como tudo ocorre desde o início:

  1. Primeiro, a pessoa usuária cria a transação na rede blockchain, por exemplo, envia Bitcoin para outra pessoa. Então, essa operação é assinada digitalmente e transmitida para a rede.
  2. Em seguida, há o agrupamento em blocos. Isso significa que as transações não são registradas individualmente no blockchain. Em vez disso, são reunidas em um bloco que reúne um conjunto de transações validadas; o identificador (hash), que é como a “impressão digital” do bloco; e, o hash do bloco anterior. Assim, todos os blocos ficam interligados.
  3. Depois, temos a validação por mecanismo de consenso antes que vá para a blockchain. Como também veremos adiante, esse processo se dá pelo Proof of Work (PoW) ou Proof of Stake (PoS).
  4. No próximo passo, temos o registro na blockchain, ou seja, a cadeia de blocos existente. Como cada novo bloco contém o hash do anterior. Logo, qualquer tentativa de alteração em um bloco anterior invalidaria toda a cadeia, tornando a fraude praticamente impossível.
  5. Por fim, há a cópia distribuída e atualização da rede. Ou seja, o novo bloco é replicado para todos os nós da rede; assim, cada participante tem uma cópia idêntica do blockchain atualizado. 

Essa estrutura permite que o blockchain seja um sistema confiável, seguro e à prova de fraudes, ideal para armazenar dados de forma transparente e descentralizada.

Qual a diferença entre blockchain pública e privada?

O fato é que nem toda blockchain é igual. De modo geral, há dois tipos principais: blockchains públicas e privadas. Enquanto uma é aberta e descentralizada, a outra é mais controlada e restrita. Portanto, entender essas diferenças é essencial para saber qual categoria faz mais sentido para um determinado caso de uso.

O que é uma blockchain pública?

Uma blockchain pública é aquela que qualquer pessoa pode acessar, ler e participar do processo de validação das transações. Em outras palavras, qualquer usuário pode rodar um nó, verificar registros e até mesmo minerar ou validar blocos, conforme o mecanismo de consenso da rede.

Os exemplos clássicos são o Bitcoin (BTC), Ethereum (ETH) e Solana (SOL).

Entre as principais características da blockchain pública, temos:

  • Acesso aberto: qualquer pessoa pode participar da rede, sem restrições.
  • Descentralização total: não há uma entidade controladora, pois a governança é distribuída entre os participantes.
  • Segurança robusta: como há milhares de nós verificando cada transação, fraudes são praticamente impossíveis.
  • Mecanismo de consenso: usa protocolos como Proof of Work (PoW), no caso do Bitcoin, ou Proof of Stake (PoS), como no Ethereum 2.0.

Sobre as vantagens da blockchain pública, trata-se de uma rede transparente e auditável, além de segura. Afinal, qualquer tentativa de alteração exigiria o consenso da maioria da rede. Ademais, é um formato ideal para criptomoedas e projetos descentralizados, nos quais a confiança precisa ser distribuída.

Por outro lado, há a questão da baixa escalabilidade, isto é, a validação de transações pode ser lenta devido à necessidade de consenso entre muitos participantes. Além disso, demanda alto consumo de energia, sobretudo no Proof of Work, uma vez que a mineração exige grande capacidade computacional.

O que é uma blockchain privada?

Diferente da blockchain pública, a privada restringe o acesso e o controle da rede a um grupo de participantes autorizados. Normalmente, esse tipo  é usado por empresas e instituições que precisam de um registro distribuído, mas com privacidade e controle centralizado. Entre os exemplos típicos, esta a Hyperledger Fabric, R3 Corda e Quorum.

Em suas principais características, podemos elencar:

  • Acesso controlado: apenas usuários autorizados visualizam e registram transações.
  • Governança centralizada: uma empresa ou consórcio determina as regras e permissões da rede.
  • Maior eficiência: como há menos participantes, as transações são validadas rapidamente.
  • Menor consumo de energia: por não depender de mineração intensa, consegue operar com menos recursos computacionais.

Algumas das principais vantagens da blockchain privada são a velocidade e escalabilidade superiores às públicas, já que há menos participantes no processo de validação. Ademais, tem-se maior privacidade e confidencialidade, essencial para empresas que lidam com dados sensíveis. Por fim, registra-se menos custos operacionais, pois não exige alto poder computacional para manter a rede segura.

Ainda assim, trata-se de uma rede menos descentralizada porque há uma entidade que controla a rede. Outro ponto de atenção é a segurança, uma vez que um ataque interno ou uma falha podem comprometer os registros. Além disso, há menos transparência, pois os dados não são acessíveis publicamente.

Para facilitar, trouxemos uma tabela com as características e diferenças entre blockchain pública e privada. Veja:

Característica Blockchain Pública Blockchain Privada
Acesso Qualquer pessoa pode participar Restrito a usuários autorizados
Descentralização Totalmente descentralizada Parcialmente ou totalmente centralizada
Transparência Alta – qualquer um pode auditar Baixa – apenas membros têm acesso
Segurança Extremamente segura contra ataques Segurança depende da governança interna
Velocidade Mais lenta devido à alta demanda Mais rápida e eficiente
Escalabilidade Limitada Alta
Exemplos Bitcoin, Ethereum, Solana Hyperledger, Quorum, Corda

Segurança no blockchain: por que a cadeia é confiável?

O que é blockchain. Imagem que representa um ambiente de segurança da informação com servidores e cadeados digitais, simbolizando proteção de dados e segurança cibernética.

De modo geral, o blockchain é bastante seguro porque usa criptografia avançada, descentralização e um mecanismo de consenso para validar transações. Em primeiro lugar, cada bloco contém um hash único que se liga ao anterior, logo, qualquer alteração é quase impossível. Além disso, como a rede é distribuída, não há um ponto de falha, o que impede ataques centralizados e fraudes.

Criptografia e imutabilidade: como o blockchain impede fraudes?

O blockchain é uma das tecnologias mais seguras. A princípio, isso se deve à combinação de criptografia avançada e imutabilidade dos dados. Esses dois pilares garantem que não se possa alterar ou mesmo falsificar as informações que estão na cadeia.

Criptografia: proteção dos dados no blockchain

Toda transação no blockchain é protegida por um sistema de criptografia de ponta. Por exemplo, o SHA-256 (no caso do Bitcoin) ou algoritmos mais avançados, como os do Ethereum. Em suma, funciona assim:

  • Cada transação gera um hash único, código matemático que serve como “impressão digital” da transação.
  • Os blocos da rede também são identificados por hashes únicos e contêm o hash do bloco anterior, o que cria um encadeamento seguro.
  • Se alguém tentar alterar qualquer dado dentro de um bloco, o hash muda completamente, quebrando a ligação com os blocos seguintes e alertando toda a rede sobre a tentativa de fraude.

Isso torna praticamente impossível modificar transações antigas sem que a rede perceba.

Imutabilidade: a chave para um registro invulnerável

A imutabilidade do blockchain significa que, uma vez que se adiciona um bloco à cadeia, não é possível editá-lo ou removê-lo porque:

  • As transações são validadas por milhares de nós pelo mundo.
  • Para modificar um único dado, seria necessário alterar todos os blocos subsequentes e refazer a validação da rede inteira.
  • Em blockchains públicas, como o Bitcoin, esse ataque exigiria um alto poder computacional, algo economicamente inviável.

Essa estrutura faz com que o blockchain seja resistente a fraudes, adulterações e ataques mal-intencionados. Portanto é, a princípio, um sistema confiável para transações financeiras, contratos inteligentes e qualquer aplicação que exija máxima segurança.

Consenso na rede: Prova de Trabalho vs. Prova de Participação

Já falamos disso antes, mas o blockchain não depende de uma autoridade central para validar transações. Em vez disso, usa mecanismos de consenso para assegurar a legitimidade das transações registradas, bem como o respeito às regras da rede. Os dois principais modelos são Proof of Work (PoW) e Proof of Stake (PoS).

Prova de Trabalho (PoW): modelo do Bitcoin

A Prova de Trabalho é o mecanismo original que se usa no Bitcoin e outras criptomoedas. Funciona por meio da mineração, na qual computadores competem para resolver cálculos matemáticos complexos e validar blocos de transações.

  1. Primeiramente, os mineradores de Bitcoin resolvem um problema matemático difícil usando alto poder computacional.
  2. Então, aquele que encontrar primeiro a solução valida o bloco e recebe uma recompensa em criptomoeda.
  3. O novo bloco é adicionado à blockchain, e a rede concorda com a atualização.

Vantagens:

  • Extremamente seguro, pois exige um grande esforço computacional para alterar registros.
  • Ajuda a descentralizar a rede, pois qualquer pessoa com poder de mineração pode participar.

Desvantagens:

  • Alto consumo de energia, tornando-se menos sustentável a longo prazo.
  • Menos escalável, já que validar transações pode ser lento e caro.

Prova de Participação (PoS): modelo do Ethereum 2.0

Já a Prova de Participação (PoS) foi criada como alternativa mais eficiente ao PoW, pois reduz o consumo de energia e aumenta a velocidade das transações.

  1. Inicialmente, escolhem-se os validadores de acordo com a quantidade de criptomoedas que possuem e que ‘apostam’ na rede.
  2. Logo, quanto maior a participação, maior a chance de validar um bloco e receber recompensas.
  3. Assim, o processo elimina a necessidade de mineração, tornando a rede mais eficiente.

Vantagens:

  • Muito mais sustentável e ecológico, pois não requer poder computacional elevado.
  • Mais rápido e escalável, já que não depende da resolução de cálculos complexos.

Desvantagens:

  • Pode favorecer os grandes investidores, já que quem tem mais moedas tem maior poder de validação.
  • Alguns críticos argumentam que ainda há riscos de centralização, pois quem controla mais tokens pode ter mais influência.

Ambos os modelos têm seu espaço no ecossistema blockchain. Ademais, novas variações, como Delegated Proof of Stake (DPoS) e Proof of Authority (PoA), surgem para equilibrar segurança, descentralização e eficiência.

Riscos e desafios de segurança no blockchain

O blockchain é reconhecido pela segurança robusta, mas não está totalmente imune a riscos. Um dos maiores desafios é o ataque de 51%, que pode comprometer blockchains baseadas em Proof of Work (PoW), pois permite a manipulação de transações e gastos duplos. Embora difícil de ocorrer em redes grandes como o Bitcoin, blockchains menores são mais vulneráveis.

Além disso, contratos inteligentes, que eliminam intermediários, podem ter falhas de programação exploradas por hackers, resultando em perdas financeiras. Foi o que ocorreu no ataque ao The DAO em 2016, evento que levou cerca de 5% dos tokens de Ethereum. Já redes Proof of Stake (PoS) enfrentam riscos de centralização, nos quais validadores com grande participação influenciam a rede, comprometendo a descentralização.

Outro risco envolve phishing e ataques direcionados a usuários, em que criminosos enganam vítimas para obter suas chaves privadas e roubar fundos. Além disso, bugs na camada de protocolo expõem vulnerabilidades até mesmo em blockchains bem estabelecidas.

Para mitigar esses desafios, são essenciais auditorias regulares de código, melhorias nos mecanismos de validação e boas práticas de segurança para usuários e desenvolvedores.

Blockchain e descentralização: seria o fim dos intermediários?

O que é blockchain. Imagem ilustrativa de um mapa-múndi digital com pontos de rede, representando a tecnologia blockchain e criptomoedas, destacando sua globalização e interconexão.

A descentralização é o princípio fundamental que torna o blockchain diferente de qualquer outro sistema de registro digital. Ao contrário dos bancos tradicionais, o blockchain distribui o poder entre vários participantes da rede. Desse modo, nenhuma entidade única controla ou altera os registros.

O que significa descentralização no blockchain?

Em um sistema centralizado, como o de um banco, todas as transações passam por uma única autoridade, que pode aprová-las ou rejeitá-las. Isso cria um ponto único de falha: se a instituição sofrer um ataque hacker ou falir, os usuários podem perder acesso ao próprio dinheiro.

Já no blockchain, os registros são armazenados nos nós, computadores ao redor do mundo. Ou seja, não há um servidor central que possa ser atacado ou manipulado. Qualquer tentativa de fraude teria que convencer a maioria dos participantes da rede, algo praticamente impossível de ocorrer em redes de grande porte, como Bitcoin e Ethereum.

Assim, a descentralização garante que:

  • Nenhum governo ou empresa pode interferir nas transações.
  • A rede continue operando, mesmo que alguns nós falhem.
  • As regras da blockchain sejam determinadas pelo consenso da comunidade e não por uma entidade central.

Tipos de descentralização no blockchain

Porém, é importante entender que nem todas as blockchains são descentralizadas da mesma forma. Em princípio, existem três tipos principais de descentralização, a saber:

  1. Descentralização tecnológica: é a distribuição do poder computacional entre vários nós. Quanto mais nós ativos, mais resistente a rede se torna contra ataques.
  2. Descentralização de governança: refere-se a quem toma as decisões sobre atualizações, mudanças de regras e desenvolvimento da blockchain. Em redes realmente descentralizadas, nenhuma entidade tem controle absoluto sobre o protocolo.
  3. Descentralização de propriedade: diz respeito à distribuição de tokens e ativos na rede. Se poucos indivíduos ou empresas detêm a maioria das criptomoedas de uma blockchain, ela pode se tornar vulnerável à manipulação de mercado.

Na teoria, quanto mais descentralizada uma blockchain, mais resistente e confiável é. No entanto, é preciso ter equilíbrio, pois uma cadeia altamente descentralizada é até mais segura, mas tende a ser mais lenta e menos eficiente. Por outro lado, uma blockchain mais centralizada oferece maior velocidade e escalabilidade, mas com riscos de controle excessivo.

Por isso, muitas redes adotam modelos híbridos, como o Proof of Stake (PoS), no qual os validadores são escolhidos com base na quantidade de criptomoedas que possuem, reduzindo a necessidade de milhares de nós ativos.

Comparação entre sistemas centralizados e descentralizados

A descentralização representa uma mudança importante no armazenamento, validação e controle de dados e transações. Mas como se compara aos sistemas tradicionais, que operam de forma centralizada? Para entender melhor, veja as principais diferenças entre sistemas centralizados e descentralizados, além dos benefícios da descentralização para segurança e privacidade.

Critério Sistemas Centralizados Sistemas Descentralizados
Controle Uma única entidade controla o sistema (banco, empresa, governo). O poder é distribuído entre vários participantes (nós da rede).
Segurança Ponto único de falha: se o servidor for hackeado, o sistema inteiro pode ser comprometido. Alta resistência a ataques: dados são replicados em milhares de nós, tornando ataques inviáveis.
Censura A entidade controladora pode restringir ou bloquear usuários. Nenhuma entidade pode censurar ou impedir transações legítimas.
Transparência Processos internos podem ser opacos e sujeitos a manipulação. Registros são públicos e auditáveis por qualquer pessoa na rede.
Velocidade Geralmente mais rápido e eficiente, pois há menos participantes na validação. Pode ser mais lento, dependendo do mecanismo de consenso adotado.
Escalabilidade Fácil de escalar, pois opera com infraestrutura otimizada. Pode ser um desafio escalar sem comprometer a descentralização.

Em suma, os sistemas centralizados são mais rápidos e eficientes, mas dependem de uma única autoridade. Já os descentralizados podem ser mais seguros e transparentes, mas enfrentam desafios técnicos como escalabilidade e consumo de energia, de acordo com o modelo adotado.

Benefícios da descentralização para segurança e privacidade

De fato, a descentralização traz vantagens reais para segurança, privacidade e resistência contra fraudes. Por exemplo:

1. Maior segurança contra ataques

Em um sistema centralizado, basta que um hacker comprometa um único servidor para ter acesso a todas as informações. No blockchain, os dados são distribuídos entre milhares de nós, então:

  • Para adulterar uma transação, um invasor precisaria modificar mais de 50% da rede (Ataque de 51%).
  • Mesmo que um nó seja comprometido, os outros continuam protegendo a integridade da rede.
  • Quanto maior a descentralização, menor o risco de falhas e ataques bem-sucedidos.

2. Resistência à censura e controle

Governos, empresas e bancos podem bloquear transações, congelar contas ou limitar acessos em sistemas centralizados. No blockchain, não há autoridade única com esse poder.

  • Qualquer pessoa pode transacionar livremente, sem precisar de permissão.
  • O histórico das transações não pode ser apagado nem manipulado.
  • Plataformas descentralizadas garantem maior liberdade financeira para indivíduos em países com regimes opressivos.

3. Privacidade e controle sobre dados pessoais

Nos sistemas tradicionais, grandes empresas coletam e guardam os dados pessoais dos usuários, tornando-os vulneráveis a vazamentos e usos indevidos. No blockchain:

  • Usuários podem fazer transações sem fornecer informações pessoais sensíveis.
  • Dados têm a proteção da criptografia e, depois, distribuídos, reduzindo riscos de vazamento.
  • Modelos como Zero-Knowledge Proofs (ZKP) permitem validar informações sem revelar os dados completos.

4. Transparência e confiança na rede

Por fim, diferente de sistemas bancários ou plataformas de tecnologia, onde os processos internos não são totalmente visíveis para os usuários, o blockchain oferece:

  • Registros imutáveis e auditáveis, acessíveis por qualquer pessoa.
  • Código aberto, permitindo que qualquer desenvolvedor analise e sugira melhorias para a segurança.
  • Governança descentralizada, na qual a comunidade propõe e vota mudanças, sem controle de uma única entidade.

Como o blockchain é usado em negociações financeiras?

O blockchain inegavelmente trouxe uma revolução no setor financeiro ao oferecer segurança, transparência e eficiência em negociações. Desde o Bitcoin até contratos inteligentes, a tecnologia elimina intermediários, reduz custos e automatiza processos que antes dependiam de burocracia e confiança em terceiros. Mas como funciona na prática?

Blockchain no mercado de criptomoedas

O primeiro grande impacto do blockchain no setor financeiro foi com as criptomoedas, pois mudou completamente a forma como lidamos com dinheiro digital.

Tudo começou com o Bitcoin (BTC), cujo projeto tem o propósito de estabelecer um sistema de pagamento descentralizado, sem bancos e sem governo controlando as transações. Assim, qualquer pessoa pode enviar e receber BTC em qualquer lugar do mundo, sem um intermediário.

Na prática:

  • Cada transação tem o registro na blockchain, tornando-se transparente e auditável.
  • A segurança se dá por criptografia e consenso de rede, eliminando fraudes.
  • Taxas baixas e acessibilidade global tornam o Bitcoin um ativo valioso para transferências internacionais.

Mas, se o Bitcoin é a base do dinheiro digital, o Ethereum (ETH) levou o blockchain para o próximo nível. O ativo introduziu os contratos inteligentes, de forma a permitir a automatização e programação das negociações. O impacto?

  • DEXs (Exchanges Descentralizadas) permitem negociação de criptomoedas sem uma exchange centralizada.
  • Stablecoins como USDT e USDC usam blockchain para oferecer transações rápidas e baratas em moedas atreladas ao dólar.
  • Tokens DeFi (finanças descentralizadas) criaram um ecossistema pelo qual qualquer pessoa pode emprestar, tomar empréstimos e ganhar juros sem passar por bancos.

Smart contracts e automação de negociações

Os contratos inteligentes são códigos programáveis que executam automaticamente um contrato quando certas condições são atendidas, sem  intermediários. De modo geral, são autoexecutáveis, ou seja, se as regras do contrato forem cumpridas, ele se completa sozinho. Além disso, não são passíveis de alterações após sua implementação, o que assegura a confiança entre as partes.

Por fim, funcionam 24/7, sem um banco, corretora ou cartório aprovando a negociação. No mercado financeiro, plataformas DeFi permitem que usuários emprestem dinheiro com garantia cripto, sem precisar de bancos. Ademais, traders conseguem criar contratos inteligentes que executam ordens de compra e venda automaticamente.

Outro caso de uso está nos pagamentos automatizados de seguros com base em dados verificados. Por exemplo, indenização automática em caso de voo cancelado. A grande vantagem dos contratos inteligentes é que tornam as negociações mais rápidas, seguras e livres de manipulação.

Redução de custos e eliminação de intermediários financeiros

Nos modelos tradicionais, cada transação passa por múltiplos intermediários – bancos, processadores de pagamento, corretoras – e cada um deles cobra uma taxa pelo serviço. O blockchain elimina essa necessidade, o que torna as negociações mais diretas e baratas.

Mas, como se dá exatamente essa redução de custos? Em suma:

  • Pagamentos internacionais mais baratos: enquanto um banco cobrar até 5% em taxas de câmbio e processamento, criptomoedas como XRP e USDT permitem transferências por centavos.
  • Taxas reduzidas para investidores: em vez de pagar altas comissões para corretores e fundos, é possível negociar ativos tokenizados diretamente na blockchain.
  • Menos burocracia: processos como KYC (Know Your Customer) e auditorias são mais simples com registros imutáveis na blockchain.

Vantagens e limitações do blockchain

Apesar de toda essa transformação no setor financeiro, como qualquer tecnologia, o blockchain tem seus pontos fortes e desafios. A descentralização, segurança e transparência a posicionam como ferramenta poderosa, mas questões como escalabilidade e consumo de energia ainda precisam de soluções mais eficientes.

Entre as maiores vantagens do blockchain, duas se destacam: segurança e transparência. Afinal, o propósito da tecnologia é justamente criar um sistema resistente a fraudes, confiável e acessível para qualquer pessoa auditar.

Segurança

Já vimos o quanto bancos tradicionais ou servidores centralizados são suscetíveis a ataques hackers, o que arrisca a perder milhões de dados, No blockchain, as informações contam com a proteção da criptografia e descentralização.

O hash criptográfico protege cada transação contra alterações, enquanto o sistema de validação distribuída impede a adição de qualquer operação sem consenso da rede. E, como já pontuamos algumas vezes, como não há armazenamento centralizado, é mais difícil hackear dados.

Só para ilustrar, a alteração de qualquer transação no blockchain exigiria modificar mais de 50% da rede ao mesmo tempo. Trata-se de um poder computacional impraticável mesmo para blockchains robustas como Bitcoin e Ethereum.

Transparência

Toda transação registrada no blockchain é pública e imutável. Isso traz vantagens como:

  • Confiança sem intermediários: qualquer pessoa pode verificar os registros sem precisar de terceiros.
  • Redução de fraudes: como todas as transações são auditáveis, manipulações financeiras se tornam praticamente impossíveis.
  • Governança descentralizada: em redes como Ethereum, atualizações e decisões são feitas pela comunidade.

Para empresas, governos e usuários que valorizam transparência, o blockchain é uma solução para combater corrupção, falsificações e falta de prestação de contas.

Além da transparência e da segurança, outras características do blockchain o tornam uma tecnologia revolucionária, a saber:

1. Eliminação de intermediários e redução de custos

O blockchain permite que transações financeiras, contratos e transferências de ativos sejam feitas sem bancos, cartórios ou intermediários. Isso reduz taxas e agiliza processos burocráticos.

2. Propriedade digital e tokenização de ativos

A tecnologia blockchain possibilita a criação de tokens digitais, representando ativos físicos ou digitais. Isso inclui:

  • NFTs (tokens não fungíveis), que garantem autenticidade e propriedade digital.
  • Tokenização de imóveis e ações, permitindo investimentos fracionados em bens de alto valor.

Essa inovação abre caminho para um mercado financeiro mais acessível e democrático.

Por outro lado, há os desafios, sobretudo no que toca à escalabilidade e consumo energético.

Escalabilidade e consumo energético

Mesmo com tantos benefícios, o blockchain ainda enfrenta obstáculos que limitam sua adoção em larga escala. Os dois principais são escalabilidade e consumo de energia, questões que soluções como redes de segunda camada (Layer-2) e novos mecanismos de consenso tentam resolver.

Atualmente, blockchains como Bitcoin e Ethereum enfrentam problemas para lidar com um alto volume de transações. Isso ocorre porque:

  • Cada transação precisa ser validada por toda a rede, o que pode ser lento.
  • O número de transações por segundo (TPS) é muito menor que em sistemas centralizados, como Visa e Mastercard.

Para resolver, surgiram soluções como Lightning Network (para Bitcoin) e Ethereum 2.0, que usa Proof of Stake para aumentar a eficiência da rede. Além disso, sidechains e rollups ajudam a reduzir a sobrecarga das redes principais.

Consumo energético: o blockchain é sustentável?

Outro desafio importante é o consumo de energia, principalmente em blockchains que usam Proof of Work (PoW), como o Bitcoin. a mineração exige um alto poder computacional, o que levanta preocupações ambientais.

Só para ilustrar, o Bitcoin consome cerca de 91 TWh de eletricidade por ano, mais do que alguns países inteiros. Esse gasto ocorre porque os mineradores competem para resolver cálculos matemáticos, consumindo muita energia no processo.

Para minimizar esse impacto, há algumas alternativas mais sustentáveis. Além do PoS, redes como Solana e Algorand já foram projetadas para serem mais ecológicas desde o início. Ademais, há o crescente uso de energia renovável na mineração de Bitcoin.

O futuro do blockchain: tendências e inovações

Como vimos, o blockchain transforma as finanças e como lidamos com dados, mas à medida que a tecnologia evolui, se integra cada vez mais a setores até então inimagináveis. Por exemplo, o Web3, metaverso, identidade digital e tokenização de ativos físicos e virtuais.

O impacto do blockchain na Web3 e no metaverso

A A Web3 é a evolução da internet, na qual os usuários têm controle real sobre seus dados e interações digitais. Diferentemente da Web2, que está nas mãos de plataformas centralizadas como Google, Facebook e Amazon, a Web3 é construída sobre blockchain. Logo, tudo é mais descentralizado e transparente.

Entre os pontos principais da presença do blockchain na Web3, temos:

  • Propriedade digital verdadeira: usuários podem possuir e monetizar seus dados, conteúdos e ativos sem intermediários.
  • Descentralização de plataformas: aplicações em blockchain eliminam servidores centralizados e grandes corporações controlando redes sociais, pagamentos e armazenamento.
  • Economia baseada em tokens: criadores de conteúdo recebem via tokens, sem depender de anúncios ou algoritmos de plataformas tradicionais.

Metaverso e blockchain

O metaverso está em fase de desenvolvimento, mas já aponta ser a próxima grande revolução digital, com o blockchain como base para propriedade digital, economia virtual e identidade descentralizada. Com NFTs, itens, terrenos e avatares tornam-se ativos permanentes e negociáveis, garantindo a verdadeira posse digital dos usuários.

Além disso, criptomoedas substituem moedas tradicionais, permitindo transações globais instantâneas em plataformas como Decentraland e The Sandbox. A identidade digital descentralizada também ganha força, de forma que perfis virtuais sejam verificados sem controle de grandes corporações.

Tendências do blockchain para os próximos anos

Ao que tudo indica, as próximas gerações da tecnologia trarão maior eficiência, integração com inteligência artificial e novas aplicações no mundo real. Algumas das principais tendências apontam:

1. Escalabilidade e redes Layer-2: soluções como Lightning Network (Bitcoin) e Rollups (Ethereum) se aprimoram para aumentar a capacidade de transações por segundo sem comprometer a descentralização. Além disso, novas blockchains como Solana e Solaxy têm projetos para suportar transações em massa com taxas mais baixas.

2. Integração com Inteligência Artificial (IA): a união de blockchain e IA pode criar contratos inteligentes mais sofisticados, que aprendem e se adaptam automaticamente a novas condições. Além disso, algoritmos têm a capacidade de tornar as redes mais eficientes, otimizando taxas de transação e segurança.

3. Tokenização de ativos reais: propriedades, ações e obras de arte poderão ser tokenizadas e negociadas na blockchain, permitindo investimentos fracionados em ativos físicos. Isso certamente abre novas possibilidades para o mercado financeiro, pois qualquer pessoa pode investir em ativos que antes eram acessíveis apenas para grandes investidores.

4. Regulação e adoção institucional: governos e bancos exploram moedas digitais baseadas em blockchain (CBDCs), como o e-Yuan da China e projetos do Banco Central Europeu. Grandes instituições financeiras criam infraestruturas para custódia e negociação de criptoativos, tornando o mercado mais acessível para investidores tradicionais.

5. Blockchain verde e sustentabilidade: com a migração do Ethereum para Proof of Stake (PoS), a indústria foca cada vez mais em reduzir o impacto ambiental das blockchains. Ademais, já há redes com modelos mais sustentáveis, reduzindo drasticamente o consumo energético.

Considerações finais

O blockchain vai além das criptomoedas e já está moldando a próxima fase da economia digital. À medida que soluções para escalabilidade, consumo energético e regulação avançam, a adoção dessa tecnologia se expande para novos mercados, desde contratos inteligentes até identidade digital descentralizada. Empresas, governos e investidores estão atentos às oportunidades que ele oferece, consolidando um futuro onde transparência, segurança e descentralização serão os pilares da nova internet e das finanças globais.

Perguntas Frequentes sobre Blockchain

O blockchain pode ser hackeado?

Qual a relação entre blockchain e Bitcoin?

Toda blockchain é descentralizada?

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Thiago Luiz Lapa
Thiago Luiz Lapa
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Thiago Luiz Lapa é jornalista com mais de 10 anos de experiência em comunicação. Além de atuar como analista, pesquisador e investidor em criptomoedas e finanças tradicionais, Thiago dedica-se a escrever sobre criptomoedas e tecnologia desde 2019. Em constante busca... Leia mais

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