Queda de preço abala o sentimento do mercado. É o fim da alta? – Bitcoin hoje (27/02)

O movimento negativo do preço do Bitcoin vem alterando drasticamente o sentimento do mercado, refletido no Índice de Medo e Ganância, que caiu para seu menor nível em dois anos.

Investidores estão preocupados com a possibilidade de uma reversão da tendência de alta. Mas, por outro lado, analistas ainda veem esse recuo como uma correção dentro do ciclo de alta do Bitcoin.

A principal criptomoeda do mercado caiu cerca de 24% desde sua máxima de US$ 109 mil em janeiro de 2025, levando a liquidações massivas no setor.

Além disso, o declínio nos preços também foi acompanhado por uma forte saída de BTCs das exchanges. Essa movimentação pode indicar tanto um aumento na pressão de venda quanto uma realocação de fundos para carteiras frias, demonstrando um possível comportamento de acumulação.

Queda acentuada impacta o índice de medo e ganância

Com essa sequência de desvalorizações do Bitcoin, o Índice de Medo e Ganância caiu para seu nível mais baixo desde junho de 2022. Sinalizando, assim, um aumento da incerteza entre investidores.

Em resumo, o índice oscila entre 1 e 100, sendo que o 1  registra o maior medo possível e o 100 a maior predominância da ganância. Geralmente, as quedas acentuadas indicam pânico e um possível esgotamento da pressão de venda.

A última vez que o índice esteve em um patamar tão baixo foi em meio à crise do mercado cripto de 2022, quando o colapso da FTX levou o Bitcoin a mínimas abaixo de US$ 16 mil.

No entanto, analistas ponderam que, historicamente, períodos de medo extremo muitas vezes precedem uma recuperação. Isso porque investidores de longo prazo aproveitam para aumentar suas posições.

Liquidações e saída de Bitcoin das exchanges

Outro fator que impulsionou o pessimismo do mercado foi a alta expressiva nas liquidações. Apenas nas últimas 48 horas, mais de US$ 800 milhões em posições alavancadas foram eliminadas, intensificando a pressão de venda.

Além disso, os dados on-chain revelam que grandes quantidades de Bitcoin estão sendo retiradas das exchanges. No dia 26 de fevereiro, mais de 9.530 BTCs foram sacados das corretoras, consolidando uma semana de retiradas superiores a 15 mil BTCs. Esse fenômeno pode ter duas interpretações principais:

1. Investidores movendo BTCs para carteiras frias, reduzindo a oferta disponível no mercado e sinalizando uma possível acumulação de longo prazo.
2. Movimento de proteção diante da volatilidade, evitando exposição à queda de preços e possíveis liquidações forçadas.

Portanto, essa dinâmica é crucial para determinar o rumo do Bitcoin nos próximos dias. Uma queda na oferta nas exchanges pode facilitar uma retomada de alta caso a demanda se mantenha firme.

CEO da Binance diz que “não há reversão de tendência”

Apesar do cenário pessimista, Richard Teng, CEO da Binance, tentou acalmar os investidores. Ele afirmou que a recente correção do Bitcoin não representa uma reversão de tendência, mas, sim, um recuo natural dentro de um ciclo de alta maior.

Teng destacou que o mercado cripto já passou por momentos semelhantes antes, e que grandes investidores ainda veem o Bitcoin como um ativo resiliente e com fundamentos sólidos para valorização no longo prazo.

O executivo também enfatizou que, embora a volatilidade seja esperada, fatores como a crescente adoção institucional indicam que ainda há apetite pelo Bitcoin.

“A história mostrou que os mercados cripto reagem às mudanças macroeconômicas de forma semelhante aos ativos tradicionais, mas também se recuperam com uma resiliência notável”, afirmou Teng.

Previsão de preço do BTC

O gráfico de 4 horas do Bitcoin (BTC) mostra um cenário de alta volatilidade após uma sequência de quedas expressivas. No momento em que este texto foi finalizado, o preço encontrava-se em US$ 84.438, após uma leve recuperação de mínimas próximas de US$ 82.231.

O movimento atual levanta dúvidas sobre a continuidade da correção ou uma possível reversão no curto prazo. O BTC rompeu recentemente níveis críticos de suporte e agora luta para se manter acima da resistência em US$ 85.820 (nível de Fibonacci de 0,25).

Caso consiga se consolidar acima desse nível, há possibilidade de retomar a zona de US$ 89.386 (nível de Fibonacci de 0,5), que funcionaria como um próximo alvo de recuperação.

Entretanto, se o Bitcoin perder esse suporte atual, há risco de nova correção em direção a US$ 82.231, última mínima registrada no período.

O Índice de Força Relativa (RSI) está atualmente em 32,55. Sugerindo, assim, um nível próximo da região de sobrevenda. Isso pode indicar que o BTC está em um ponto onde traders podem considerar novas compras, o que favoreceria uma recuperação.

BTC enfrenta momento crítico

Em síntese, o Bitcoin enfrenta um de seus momentos mais críticos dos últimos meses, com três dias consecutivos de queda, aumento do medo no mercado e retiradas expressivas das exchanges.

O cenário macroeconômico, combinado com a pressão vendedora e liquidações em massa, levou o ativo para níveis que não eram vistos desde novembro de 2024.

No entanto, sinais de acumulação e declarações de figuras importantes do setor indicam que esse pode ser apenas um respiro antes de um novo rali.

Portanto, o comportamento do mercado nos próximos dias será decisivo para definir se essa correção representa uma oportunidade de compra ou se há espaço para quedas ainda mais profundas.