Sob o regime de Muammar Kadafi, ex-líder da Líbia, havia planos de se criar um dinar lastreado em ouro como moeda comum para toda a África. Nessa época, a África do Sul já fazia parte do BRICS, bloco originalmente formado por Brasil, Rússia, Índia, China.
Kadafi impôs uma ditadura violenta à Líbia. Por outro lado, queira parar de negociar petróleo em dólares americanos, porque achava que o sistema financeiro global era um gigantesco esquema Ponzi.
Uma das teorias por trás da guerra contra a Líbia, ofensiva liderada pelos Estados Unidos/OTAN, é justamente a de que os EUA queriam impedir a possível construção de um mercado comum e de uma moeda única na África. E não libertar o país de um governo autoritário.
Agora, apenas alguns dias após os EUA atacarem o Irã, pessoas como Nassim Taleb, autor de ‘O Cisne Negro’, dizem que o dólar americano perdeu seu trono.
Em uma entrevista recente à Bloomberg, Taleb argumentou que, nesse momento, o ouro é, de fato, a moeda de reserva global. Como argumento, ele apontou o crescente acúmulo de ouro em reservas em todo o mundo.
O dólar está perdendo seu status de moeda de reserva… Agora, o ouro é efetivamente a moeda de reserva.
Nassim Taleb, autor de ‘O Cisne Negro’
Embora o júri ainda esteja indeciso sobre o ouro — acreditamos no Bitcoin — uma coisa é certa: o dólar parece estar fora de questão, e blocos como o BRICS estão ganhando destaque.
Nova moeda mundial se formando?
Os países do BRICs têm planos para a criação de uma moeda comum. Porém, isso ainda está em discussão entre o grupo – que, além dos membros iniciais, ganhou mais de uma dúzia de nações.
Por outro lado, a estratégia de fortalecer o comércio em locais já está, sim, sendo colocada em prática. Dessa forma, fortalece a resiliência monetária das economias do BRICS e mantém o bloco preparado para enfrentar as conturbações do dólar.
De forma isolada, esses países são anões em comparação aos EUA. Mas, juntos, representam 40% da população mundial e, segundo o FMI, 50% do PIB mundial até 2030.
Considerando isso, a leitura é de que os Estados Unidos não têm mais todas as cartas na mesa global.
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G7 pode perder hegemonia global
Uma das conclusões, a partir daí, é que, em 2025, o mundo será composto por países do G7 (como Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido, EUA e União Europeia) versus BRICS. Assim como os BRICS, os países do G7 controlam 40% do PIB mundial.
Os próprios membros do BRICS afirmaram que a expansão será o foco principal do grupo em 2025. Enquanto isso, países do G7 travam uma guerra em três frentes distintas.
Em suma, uma nova ordem financeira mundial está sendo construída diante de nossos olhos. Nesse cenário, EUA, Reino Unido e outras potências ocidentais precisam mudar de rumo rapidamente, antes que seja tarde demais.
— Darrell Wade (@Dwade603) March 13, 2023
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