Foi há poucos dias que Luiz Braganza, Deputado brasileiro, submeteu uma proposta de Lei para regular o pagamento de “salários, remunerações e benefícios do trabalho” com recurso a moeda virtual, incluindo Bitcoin. Esta lei, chamada PL 957/2025, poderá revolucionar a adesão a Bitcoin e dar-lhe mais um caso de utilização, numa altura em que a criptomoeda enfrenta pressão de preços.
O deputado que coloca esta proposta de legislação abre assim caminho para um reconhecimento institucional de BTC que poderia criar um precedente para outros países. A aceitação de BTC como método de pagamento de salários daria um estímulo importante à criptomoeda, numa altura em que tenta alcançar patamares de $90.000 e de $100.000.
Salários com Bitcoin só quando uma percentagem for feita em reais
Apesar da proposta de lei colocada por este deputado, um descendente da antiga família real brasileira, há limitações previstas. Uma delas é que os salários, ou qualquer rendimento, só possam ter uma contribuição de até 50% em criptomoedas. O restante teria de ser pago em reais.
- Além disso, o montante que se propõe ser pago em criptomoedas deverá seguir a taxa de conversão oficial do Brasil, definida pelo Banco Central.
Outro facto relevante é o que facto de os pagamentos em criptomoedas poderem ser efetuados por “fornecedores de serviços independentes”. O que parece abrir portas a um sistema DeFi para o pagamento de salários (por exemplo, transações diretas entre wallets descentralizadas).
- Leia também: Como minerar Bitcoin no Brasil em 2025
O que os salários em BTC representariam para a economia brasileira?
Esta proposta de lei ainda não foi votada no Parlamento e está, por isso, sujeita a debate e a alterações. Ainda assim, ela pode abrir precedentes para uma forma de estabelecer relações económicas entre patrões e trabalhadores no Brasil.
Um dos aspetos a ressalvar é que uma grande parte do patronato poderá ter poupanças em impostos pagos. Mas principalmente aceder a linhas de financiamento competitivas para os seus negócios. Isto porque podem aceder diretamente aos mercados, ou comprar participações de ETFs para financiar o pagamento de salários, e assim liberalizar e flexibilizar a sua atividade económica.
Se houver um movimento sistémico de acesso do patronato a BTC para flexibilizar pagamento de salários e tornar o sistema económico brasileiro mais competitivo, a criptomoeda terá condições para retomar a tese da bull market.
Nações em competição para deter o máximo de BTC
A Coreia do Norte é atualmente a nação que detém mais Bitcoin em todo o mundo, ultrapassando o Butão e El Salvador. As reservas de BTC detidas pela Coreia do Norte resultam dos ataques diretos de hackers norte-coreanos. E em particular do grupo de hacking Lazarus Group, que resultaram recentemente no roubo de cripto da ByBit.
A Coreia do Norte detém atualmente 13.518 BTC (que está avaliado acima de $1.13 biliões). Já o butão detém 10.635 BTC e El Salvador 6.118. Sendo que o Butão apostou numa estratégia de mineração a larga escala e El Salvador está a comprar criptomoedas de forma regular.
Esta acumulação de criptomoedas a uma escala nacional é outro dos fatores que, recentemente, têm contribuído para a evolução de preços significativa de Bitcoin.
Outros países poderão seguir os passos do Brasil
E, já em novembro de 2024 quando Donald Trump foi eleito, a derradeira notícia chegaria ao mercado cripto: os EUA poderiam tornar-se em mais um “crypto Estado”, especialmente com a notícia da constituição de uma reserva cripto e da integração de Bitcoin no sistema financeiro nacional.
Tanto a Coreia do Norte, como El Salvador e o Butão não representam democracias modernas e não são vistas como exemplos de adesão mainstream em massa de Bitcoin, apesar de a sua atuação ser benéfica a BTC. Mas o facto de os EUA querer seguir o exemplo destes países, a par da regulação do Brasil que poderá vir a integrar criptomoedas no tecido empresarial, são fatores muito “bullish” a ter em conta.
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O que poderá acontecer ao preço de Bitcoin em 2025?
Bitcoin está a negociar num canal de consolidação estreito, entre os $80.000 e os $84.000. A tese neste momento é a de que Bitcoin poderá ainda corrigir abaixo dos $80.000. E eventualmente testar o patamar de $76.000, especialmente com o anúncio dos resultados económicos e sociais provocados pelas tarifas de Donald Trump.
Neste momento, a dúvida é se os preços de BTC poderão mesmo manter-se consistentes sem entrarem numa bear market mais profunda. Em todo o caso, são estes os patamares de preços a observar em 2025:
- Bull case em 2025: BTC recupera o patamar de $90.000, mantendo-se estável com notícias económicas que não indiciem recessão ou aumento do desemprego nos EUA.
- Bear case em 2025: BTC cai abaixo dos $76.000, iniciando uma correção para os $55.000, arrastado por mercados bolsistas no vermelho devido a recessão económica, crescimento da inflação e aumento do desemprego nos EUA (devido à política de tarifas).
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