A Uber está planejando usar stablecoins para agilizar e baratear seu sistema de pagamentos globais. Em princípio, isso pode soar curioso, vindo de uma plataforma de transporte que liga passageiros e motoristas.

Porém, quando se lida com transferências de dinheiro envolvendo vários países, uma alternativa mais ágil e com menos custos faz bastante diferença.

Em recente evento promovido pela Bloomberg, o CEO da Uber, Dara Khosrowshahi, disse que a companhia está considerando seriamente o uso de stablecoins. Não Bitcoins, ou Ethereum. Apenas ativos digitais atrelados a moedas do mundo real.

Em suma, o motivo é simples. Quando uma organização como a Uber opera em mais de 70 países, cada pagamento internacional envolve taxas de conversão cambial, atrasos e sobrecarga administrativa.

Nesse sentido, as stablecoins poderiam ajudar a Uber a driblar o labirinto bancário e realizar pagamentos de forma instantânea, seja onde for.

Uma solução simples para uma dor de cabeça global

Stablecoins como USDC e USDT são pensadas para acompanhar o valor de moedas fiduciárias como, por exemplo, o dólar americano. Ou seja, elas não sofrem muita oscilação a cada vez que Elon Musk posta um tweet.

Na prática, esses ativos funcionam como dólares digitais, que você pode enviar para onde quiser.

Desse modo, a Uber poderia, teoricamente, pagar motoristas usando stablecoins. Assim, em vez de esperar dias para uma transferência ser efetiva ou perder dinheiro com taxas de câmbio, motoristas de países como México e Índia, por exemplo, poderiam receber seus pagamentos imediatamente.

Mas não espere uma guinada cripto

Khosrowshahi deixou claro, no entanto, que a Uber não está se lançando no mercado cripto, nem desenvolvendo seu próprio token. Em outras palavras, não se trata de um investimento.

Na prática, a empresa procura resolver um problema de negócios específico, utilizando uma ferramenta que pode ser melhor do que o sistema adotado anteriormente.

O CEO brincou com o assunto e disse que, embora a empresa não pretenda comprar Bitcoin, entende que ferramentas de blockchain podem trazer mais eficiência para a companhia.

Aliás, o uso de stablecoins para pagamentos está se tornando mais comum no ambiente corporativo.

Explore mais: O Que São Stablecoins: Guia para Investidores Iniciantes

Questões legais a resolver

Naturalmente, nada é tão simples quando se trata do ecossistema cripto. Em resumo, o mercado de stablecoin ainda está sob escrutínio. Nos Estados Unidos, por exemplo, legisladores estão debatendo como regulamentar esse setor.

A Uber, portanto, está observando como as coisas caminham, sem agir precipitadamente. Trata-se, portanto, de um movimento inteligente, considerando que as stablecoins ainda se encontram em uma certa área cinzenta, e que qualquer movimento errado pode gerar problemas que a companhia não quer, nem precisa, enfrentar.

Big Techs estão testando esse setor

A Uber não é a única que está de olho no uso de stablecoins no mundo real. A Visa, por exemplo, tem programas-piloto nessa área. Além disso, a PayPal lançou sua própria stablecoin lastreada em USD.

Por outro lado, a Shopify está experimentando pagamentos baseados em blockchain. Ou seja, todo mundo está tentando resolver o mesmo problema: pagamentos internacionais são caros e lentos.

Em conclusão, a Uber não está simplesmente seguindo uma tendência. Seus planos buscam tornar os pagamentos mais fáceis para pessoas de diversas partes do mundo.

Caso a empresa consiga fazer isso, esse pode ser uma daqueles discretos upgrades tecnológicos que fazem uma grande diferença, sem que a maioria das pessoas nem perceba.

Uber de olho em stablecoins

  • A Uber está planejando usar stablecoins para agilizar e baratear pagamentos internacionais nos mais de 70 países onde opera, além de evitar atrasos comuns em transferências bancárias.

  • A empresa não pretende investir em cripto ou lançar seu próprio token. Assim, enxerga valor no uso da blockchain para obter mais eficiência – e não para especular.

  • Um dos desafios, no entanto, é a questão regulatória. A empresa está monitorando os desdobramentos legais sobre o uso de stablecoins, antes de tomar qualquer medida.

  • Outras grandes empresas de tecnologia, como Visa, PayPal e Shopify, também estão testando integrações com bitcoins. Isso reflete uma mudança mais ampla com relação a pagamentos via blockchain.

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Daniela de Lacerda
Daniela de Lacerda

Daniela de Lacerda é jornalista e pesquisadora, mestra em comunicação. Há quatro anos atua como curadora de inovação em mídia, tecnologia e economia, incluindo o setor de criptomoedas. Como editora e repórter, trabalhou em grandes veículos de comunicação do Brasil,... Leia mais

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