A plataforma TikTok se posicionou publicamente para negar qualquer envolvimento na suposta compra de Trump Coin, uma criptomoeda associada ao presidente Donald Trump.
A declaração foi feita após acusações do deputado democrata Brad Sherman, que afirmou que a empresa estaria por trás de um investimento de US$ 300 milhões na moeda digital conhecida como ‘Trump Coin’.
Em comunicado divulgado na plataforma X, o perfil oficial da TikTok Policy classificou as alegações como ‘patentemente falsas e irresponsáveis’.
A publicação ainda rebateu diretamente o deputado, apontando que sua acusação nem mesmo condizia com a carta assinada por ele anteriormente sobre o tema.
As origens da acusação da Trump Coin: GD Culture e um suposto ‘suborno’
As declarações de Sherman se baseiam em relatórios envolvendo a GD Culture Group, uma empresa listada na Nasdaq que atua com produção de conteúdo baseado em inteligência artificial e tem presença ativa no TikTok.
Segundo Sherman, a companhia teria anunciado planos de investir US$ 300 milhões em Bitcoin e na Trump Coin.
Para o congressista, essa movimentação representaria um ‘suborno’ ao presidente, considerando que a moeda teria sido criada ‘sem nenhum custo’ e, portanto, todo o valor investido funcionaria como um benefício direto.
No entanto, críticos rapidamente colocaram em xeque a lógica por trás dessas alegações — tanto do ponto de vista econômico quanto jurídico.
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Conexões contestadas e ausência de vínculos com o TikTok
Apesar do uso frequente da plataforma TikTok por criadores ligados à GD Culture, não há evidências concretas de que exista qualquer vínculo formal entre a empresa chinesa ByteDance (proprietária da TikTok) e a GD Culture Group.
Essa ausência de conexão direta foi um dos principais pontos utilizados pela TikTok em sua resposta pública, reforçando que a acusação não tem fundamento.
Além disso, especialistas do setor jurídico destacaram que a acusação carece de base legal sólida. Em um ambiente político altamente polarizado, muitos enxergaram nas falas de Sherman uma tentativa de alimentar narrativas críticas tanto ao TikTok quanto ao mercado de criptomoedas.
Congressman, claiming that the owners of TikTok are buying "Trump Coins" is patently false and irresponsible and doesn’t even accurately reflect a letter you signed last month. https://t.co/8uxxPrKlzP
— TikTok Policy (@TikTokPolicy) June 19, 2025
Trump e as criptomoedas: lucro e influência política
Enquanto a polêmica se desenrolava, novas informações revelaram que o presidente Donald Trump lucrou cerca de US$ 58 milhões em 2024 por meio de iniciativas ligadas ao mercado cripto.
O montante foi obtido principalmente com a venda de tokens WLFI, sendo superado apenas pela receita com seus negócios no setor de hospitalidade.
Trump também já anunciou que pretende arrecadar até US$ 390 milhões em 2025 por meio da venda de novos tokens e da valorização de sua própria criptomoeda, lançada em janeiro.
A crescente exposição do presidente a esse mercado levanta preocupações sobre possíveis conflitos de interesse, sobretudo quando se consideram decisões políticas anteriores que beneficiaram setores específicos da economia — incluindo criptoativos.
O embate político entre cripto, mídia e segurança nacional
O episódio se insere em um contexto mais amplo de tensões entre Estados Unidos e China. Por isso, o TikTok vem sendo colocada com frequência no centro de debates sobre segurança nacional.
Recentemente, Trump concedeu à plataforma um novo prazo de 90 dias para que ela encontre um comprador nos EUA. Isto marca a terceira extensão nesse impasse regulatório.
Do outro lado, o próprio Trump vem adotando um discurso mais amigável em relação ao setor de ativos digitais. Sobretudo, ele vem defendendo, por exemplo, o uso de stablecoins para reforçar a hegemonia do dólar.
Essa postura contrasta diretamente com figuras como Sherman, que há anos defende a proibição total das criptomoedas nos EUA.
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