Lembra da auditoria da reserva de ouro de Fort Knox, nos Estados Unidos? Supostamente, o presidente dos Estados Unidos Donald Trump e seu então assessor Elon Musk fariam uma live, mostrando todo o ouro.

No entanto, só foram divulgadas imagens de barras de ouro e uma declaração de que ouro estava seguro.

Por décadas, o depósito de ouro gerou diversas teorias de conspiração.

Onde está o ouro? Existe ouro em Fort Knox?

Recentemente, a Alemanha pensou em retirar de Nova York e Fort Knox seus robustos depósitos de ouro. Essa possibilidade teria surgido em decorrência da ansiedade provocada pelas estratégias de Trump com relação às tarifas comerciais.

A Alemanha possui, atualmente, um total de 3.350 toneladas de ouro. Como resultado, é a segunda maior detentora de ouro do mundo. Fica atrás apenas dos Estados Unidos, com 8.100 toneladas.

Se a incerteza econômica mundial persistir, saberemos se esse ouro está realmente lá ou não.

Existe um suposto padrão envolvendo vendedores de certificados de ouro, que, às vezes, se tornam gananciosos demais e vendem mais promissórias do que podem honrar.

Se isso for verdade, o ouro, de uma maneira geral, vai cair. E, em seguida, a corrida por ouro físico vai aumentar a demanda e o preço.

Reserva em Fort Knox: é possível auditar o ouro dos Estados Unidos?

reserva de ouro
Imagem: Unsplash

Fort Knox, construído na década de 1930 como uma fortaleza para o ouro dos EUA, guarda 147,3 milhões de onças de ouro. Isso representa, portanto, 59% do estoque do Tesouro.

Se trata de uma estrutura de aço e concreto, erguida em resposta ao nervosismo que antecedeu a Segunda Guerra Mundial.

Ao longo dos anos, foi aberto apenas três vezes: para o então presidente dos EUA Franklin D. Roosevelt, em 1943; para o Congresso, em 1974; e, por fim, para o então secretário do Tesouro Steven Mnuchin e sua delegação, em 2017.  Para além disso, o que se tem são especulações.

O problema de usar ouro como moeda é que é pesado. Isso, consequentemente, complica a logística de mover dinheiro.

Para facilitar as transações, a solução foi criar uma moeda atrelada, Gold Standard. Porém, o problema é que a circulação de papel-moeda cria, rapidamente, mais notas em circulação do que a quantidade de ouro no banco.

Essa era a situação dos Estados Unidos na década de 1970. Por essa mesma razão, talvez o Fed (banco central do país) talvez deva torcer para Trump não auditar o Fort Knox, no fim das contas.

Se algum dia se revelar que o mercado de ouro é cercado de ilusão, isso pode abrir portas para alternativas como o Bitcoin e outras criptomoedas.

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A busca por transparência

O fato é que se fala a torto e a direito sobre auditorias e garantias, mas a confiança do público no Fort Knox continua baixa.

Enquanto o Tesouro garante que todo o ouro foi contabilizado, os críticos se recusam a largar o assunto.

Oficialmente, o estoque de ouro do Fort Knox corresponde a US$ 6 bilhões, atualmente, graças a uma avaliação quase mítica de US$ 42,22 por onça.

Considerando os valores atuais, essa avaliação deveria estar próximo de US$ 436 bilhões. Esse abismo se tornou a fenda por onde circulam os rumores de conspiração.

Recentemente, Bo Hines, diretor-executivo do Conselho Presidencial de Consultores para Ativos Digitais, da Casa Branca, afirmou que o governo estuda atualizar o valor dos certificados de ouro dos Estados Unidos.

Se esses certificados fossem reajustados de acordo com o valor corrente no mercado, em torno de US$ 3.200 por onça, o excedente de papel gerado poderia ser alocado na compra de BTC, para compor a reserva nacional de Bitcoin.

Trata-se de uma abordagem nada convencional, mas está em consideração. “Tudo está na mesa. E queremos o máximo de Bitcoins que pudermos obter”, disse Haines.

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Daniela Lacerda's
Daniela de Lacerda

Daniela de Lacerda é jornalista e pesquisadora, mestra em comunicação. Há quatro anos atua como curadora de inovação em mídia, tecnologia e economia, incluindo o setor de criptomoedas. Como editora e repórter, trabalhou em grandes veículos de comunicação do Brasil,... Leia mais

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