O Nubank surpreendeu seus clientes com um reajuste nas taxas para a compra de criptomoedas em sua plataforma.
A instituição informou que a mudança está diretamente ligada a recentes alterações (e aumentos) no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), promovidas pelo Ministério da Fazenda.
Dessa forma, essa elevação impacta diversos produtos financeiros, e agora, segundo o banco, afeta também as criptomoedas.
Novas taxas anunciadas pelo banco
Em comunicado oficial, o Nubank detalhou a nova estrutura de taxas para criptomoedas, que varia conforme o volume de transações realizadas pelos clientes nos últimos 45 dias.
- As operações cripto que antes eram taxadas em 0,6% para valores entre R$ 100 e R$ 1.999 agora chegam a 1%.
- Para transações cripto de até R$ 99, a alíquota subiu de 0,8% para 1,2%.
Valores mais elevados também sofreram ajustes significativos:
- Operações cripto entre R$ 2 mil e R$ 9.999 tiveram a taxa elevada de 0,4% para 0,8%
- Enquanto isso, transações cripto acima de R$ 10 mil passaram de 0,2% para 0,6%.
Vale ressaltar que as trocas diretas entre criptomoedas continuam isentas de qualquer cobrança, mantendo a alíquota de 0%.
Polêmica ligação entre criptomoedas, taxas e IOF
Apesar da justificativa do Nubank, a relação direta entre o aumento das taxas de criptomoedas e as novas regras do IOF tem gerado debates.
Especialistas do setor cripto argumentam que o IOF não incide diretamente sobre a atividade de comprar criptomoeda.
No entanto, um executivo do setor sugere que a justificativa do aumento pode estar relacionada ao modelo de operação do Nubank. Possivelmente envolvendo a importação de ativos digitais de empresas sediadas no exterior.
Nesse cenário, a aquisição seria convertida para dólar e, consequentemente, embutiria o IOF sobre a operação de câmbio. O Nubank não se manifestou publicamente sobre essa interpretação.
O Ministério da Fazenda, de fato, promoveu um sobressalto no mercado financeiro recentemente, ao anunciar um aumento do IOF em diversos cenários. Contudo, o governo recuou em parte das mudanças.
Esse passo atrás se refere, especialmente, a remessas de dinheiro para contas no exterior e investimentos em produtos estrangeiros por fundos brasileiros, temendo uma repetição da ‘crise do Pix’.
Mesmo assim, outras alterações foram mantidas, como a cobrança de 5% sobre aportes mensais acima de R$ 50 mil em seguros de vida com cobertura por sobrevivência.
Além disso, o governo manteve os ajustes para cooperativas de crédito e crédito concedido a empresas. O mesmo aconteceu com a nova alíquota de 3,5% para operações de câmbio e com moeda em espécie.
Impacto para os clientes
Para os clientes do Nubank que utilizam a plataforma para transacionar criptomoedas, o impacto é direto no custo das operações.
Embora o banco digital continue oferecendo a conveniência de integrar investimentos cripto ao seu ecossistema, o aumento nas taxas pode levar os usuários a reavaliar suas estratégias.
Como resultado, alguns deles podem buscar outras plataformas com estruturas de custo mais competitivas. Especialmente corretoras focadas em criptoativos, por exemplo.
A transparência e a clareza sobre a real incidência do IOF nessas operações tornam-se, portanto, cruciais para o entendimento e a confiança do consumidor.
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