A campanha prometia: compre uma quantidade suficiente de tokens $TRUMP e você pode ganhar um jantar com o próprio – Trump, no caso.

É exatamente isso o que 220 baleias cripto vão receber: um evento de gala privado, com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em seu clube de golfe próximo a Washington, D.C., no próximo dia 22 de maio.

Tudo o que precisaram fazer foi manter seus tokens $TRUMP por tempo suficiente para serem selecionados para o evento.

No entanto, enquanto alguns estão celebrando, outros estão fazendo algumas perguntas bem incômodas. Críticos afirmam que o jantar cripto de Trump pode confundir os limites entre arrecadação de fundos políticos e promoção de ativos digitais.

Como os participantes foram selecionados

A organização do evento foi teoricamente simples, mas cara. Os responsáveis pelas 220 carteiras com mais tokens $TRUMP, armazenados por mais tempo, garantiram um convite para o jantar com Trump.

Além disso, os 25 que ficaram no topo do ranking ganharam benefícios extras, incluindo, por exemplo, uma recepção VIP e acesso aos bastidores.

De acordo com dados on-chain, essas carteiras somaram o equivalente a US$ 148 milhões em tokens $TRUMP durante o ‘concurso’.

Para alguns, foi como ganhar um bilhete premiado. Para outros, uma aposta de alto risco que não correspondeu exatamente ao esperado.

Vencedores e perdedores

Logo após o anúncio do jantar, o preço da criptomoeda $TRUMP disparou. Em determinado momento, chegou a custar quase US$ 75. Porém, pouco depois caiu para US$ 14.

Essa volatilidade é comum no universo das memecoins, mas foi bem duro dessa vez.

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Cerca de 593 mil wallets perderam dinheiro desde o lançamento do token, em janeiro deste ano. No total, foram registrados aproximadamente US$ 3,9 bilhões em perdas.

Em outras palavras, um trader ganha um jantar. Enquanto isso, milhares ficam no vermelho.

O debate ético em torno do jantar

Os críticos não estão apontando apenas a oscilação de preço do token. Mas, sim, o conceito do evento como um todo. Ou seja, uma figura política oferecendo acesso privado por meio da posse de tokens.

Como resultado, o senador democrata Richard Blumenthal abriu uma investigação ética, questionando se o ‘concurso’ de Trump passou do limite entre estratégia de campanha ou um esquema de ‘pague por acesso’.

Isso porque, no fim das contas, estar na mesma sala que um presidente dos Estados Unidos, ou um candidato a presidente, tipicamente é algo que passa por muito mais filtros do que um monitoramento de carteiras digitais.

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Carteiras estrangeiras em foco

Por outro lado, existe a indagação sobre quem, de fato, vai estar presente. O maior detentor de tokens $TRUMP não é uma carteira baseada nos Estados Unidos. E, sim, uma wallet associada à HTX, uma exchage sediada em Seychelles, ligada ao empreendedor cripto chinês Justin Sun.

Isso levantou vários questionamentos, especialmente com relação à influência internacional e à segurança nacional. Algumas das maiores wallets supostamente usaram plataformas que são bloqueadas nos Estados Unidos. Ou seja, esses participantes podem nem ser cidadãos dos EUA.

Se tratando de um jantar político associado a alguém que pode estar na Casa Branca novamente no próximo ano, trata-se, para alguns legisladores, de um grande alerta.

Uma refeição para ficar na memória

Em resumo, o que começou como uma vistosa promoção de uma criptomoeda acabou gerando uma grande controvérsia. O jantar de Trump pode servir mignon e camarão, mas está servindo, também, sérios questionamentos sobre dinheiro, acesso e influência.

Na medida em que o setor cripto se entranha cada vez mais na política, vai ficando mais difícil estabelecer a fronteira entre hype e ética. E esse evento talvez seja o maior exemplo disso, até então.

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Daniela de Lacerda
Daniela de Lacerda

Daniela de Lacerda é jornalista e pesquisadora, mestra em comunicação. Há quatro anos atua como curadora de inovação em mídia, tecnologia e economia, incluindo o setor de criptomoedas. Como editora e repórter, trabalhou em grandes veículos de comunicação do Brasil,... Leia mais

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