O governo federal vai enviar ao Congresso Nacional uma medida provisória (MP) voltada para o mercado financeiro, e substituirá o decreto que aumentou alíquotas do Imposto de Operações Financeiras (IOF) por outras medidas compensatórias.

Foi o que anunciou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na noite de ontem (8/6). Isso ocorreu depois de reunião com os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).

‘É uma medida que corrige distorções no sistema de crédito, na cobrança de impostos de rendimentos sobre títulos e temas afins. Inclusive vai entrar um aspecto na questão das bets’, disse Haddad, em depoimento reproduzido pela Agência Brasil.

Segundo o ministro, essa MP vai permitir recalibrar o decreto do IOF [Imposto sobre Operações Financeiras, fazendo com que sua dimensão regulatória seja o foco da nova versão. Desse modo, o governo poderá reduzir as alíquotas previstas no decreto original, que vai ser reformado conjuntamente.

Davi Alcolumbre, presidente do Senado, com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente da Câmara, Hugo Motta, e líderes partidários, em entrevista no dia 09/06, sobre IOF.
Fernando Haddad, Davi Alcolumbre, Hugo Motta e líderes partidários. Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados.

Redução de gastos

À Agência Brasil, Haddad explicou ainda que há um compromisso de reduzir gastos tributários em pelo menos 10% de natureza infraconstitucional e de conversar com o Congresso sobre gastos primários.

‘Quanto à questão do gasto primário, tem muitas iniciativas que já mandamos para o Congresso. Algumas já estão em tramitação. Nos dispusemos a fazer uma nova reunião sobre gasto primário, mas já tendo um feedback das bancadas sobre os temas’, explicou.

De acordo com a Agência Câmara Notícias, Haddad disse que mostrou aos parlamentares um gráfico com a evolução das despesas já contratadas pelo governo, de quatro a seis anos atrás.

‘A conta está chegando agora, sem que a fonte de financiamento da despesa tivesse sido prevista’, disse, para rebater as acusações de ‘gastança’ do governo.

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Próximos passos

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, definiu o encontro do domingo à noite como ‘histórico’. ‘Tivemos, pela primeira vez, uma reunião conjunta, com líderes da Câmara e do Senado e ministros’, disse ele, em entrevista coletiva concedida ao lado de Haddad e Alcolumbre.

Segundo a Agência Câmara, entre as medidas anunciadas está a cobrança de Imposto de Renda (alíquota de 5%) sobre títulos hoje isentos, como Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e Letra de Crédito do Agronegócio (LCA).

Além disso, a taxação das apostas esportivas (bets) deverá subir de 12% para 18%.

Outra mudança está relacionada ao risco sacado, uma modalidade de crédito em que bancos antecipam valores para varejistas que venderam a prazo. Também haverá redução do gasto tributário em 10% e redução dos gastos primários, ainda a serem definidos.

O presidente da Câmara afirmou que também se discutiu, na reunião, o fim das isenções fiscais, que chegaram a cerca de R$ 800 bilhões. De acordo com Haddad, todos os títulos isentos vão passar a ter uma cobrança.

Anteriormente, a Câmara havia sinalizado que uma alternativa para não aumentar o IOF seria taxar o setor cripto.

Após a polêmica inicial sobre o IOF e o suposto consenso obtido no domingo, a ideia é detalhar as medidas na terça-feira, com a volta do presidente Lula ao Brasil.

Além disso, não terão aplicação imediata, pois dependem da aprovação da Câmara e do Senado. Assim como também precisam obedecer aos princípios da noventena e da anualidade, quando for o caso.

Impacto no mercado cripto

Atualmente, no Brasil, não há tributação sobre as negociações de criptomoedas. No entanto, a Receita Federal do Brasil já exige que os investidores declarem suas movimentações desde a Instrução Normativa 1.888/2019.

Dessa forma, aqueles que negociam acima de R$ 35 mil devem recolher o imposto de renda sobre o ganho de capital, se houver.

Além disso, a recente elevação do IOF, anunciada pelo governo, já impactou indiretamente o mercado cripto.

Recentemente, o Nubank, por exemplo, aumentou as taxas cobradas de seus clientes que negociam Bitcoin e outros criptoativos em suas plataformas. A justificativa foi a alteração no IOF.

Por outro lado, o aumento do IOF foi relacionado, de forma positiva, a uma maior adoção de stablecoins, como alternativa para transferências internacionais. Exatamente porque o IOF não incide diretamente sobre essas operações. Por enquanto.

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Daniela de Lacerda
Daniela de Lacerda

Daniela de Lacerda é jornalista e pesquisadora, mestra em comunicação. Há quatro anos atua como curadora de inovação em mídia, tecnologia e economia, incluindo o setor de criptomoedas. Como editora e repórter, trabalhou em grandes veículos de comunicação do Brasil,... Leia mais

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