EUA multam a CLS Global, sediada nos Emirados Árabes, por 80.000 operações de wash trading

Depois que o FBI liderou uma operação de espionagem, o governo dos EUA multou a empresa de investimentos CLS Global, sediada nos Emirados Árabes Unidos, em US$ 428.000.

Isso ocorreu em 2 de abril. Motivo: envolvimento em um esquema de wash trading, que inflou artificialmente o volume de negociação de ativos digitais em bolsas sediadas nos EUA.

O diretor da Commodity Futures Trading Commission (CFTC), Ian McGinley, explicou:

“Wash trading mina a confiança e prejudica tanto investidores quanto participantes legítimos do mercado. Esse caso demonstra que a CFTC não tolerará esse tipo de manipulação, independentemente de onde a empresa esteja.”

Além disso, o tribunal americano baniu o formador de mercado por três anos. Período durante o qual a CLS Global não poderá participar de mercados de criptomoedas acessíveis a investidores dos EUA.

Acusação de wash trading sucede caso da Uniswap

Curiosamente, essa penalidade ocorre após a CLS Global se declarar culpada de wash trading na Uniswap, uma bolsa de criptomoedas descentralizada, em janeiro deste ano.

O acordo incluiu uma multa de US$ 428.000, composta de criptomoedas apreendidas e multa que o formador de mercado terá que pagar ao governo dos EUA.

CLS Global hit with a $428K fine for wash trading! The crackdown on crypto fraud continues, highlighting the need for transparency and regulation. pic.twitter.com/tK2Oa9AHj5

— AIDog (@AIDOG_AI) April 4, 2025

Além disso, as acusações feitas contra a CLS Global decorrem de uma ação de setembro de 2024, que cita conspiração e manipulação de mercado. Ademais, a empresa enfrenta denúncia de fraude eletrônica.

O market maker executou mais de 80.000 negociações de lavagem de fevereiro a setembro de 2021.

O Departamento de Justiça (DOJ) acusou a empresa de transações que simulam uma atividade de mercado genuína. No entanto, o comprador e o vendedor são a mesma parte.

A CLS Global realizou wash trades para aumentar a visibilidade e criar um senso de demanda por determinados tokens. Ou seja, enganando os participantes do mercado.

CLS Global inflacionou artificialmente os volumes de negociação na Uniswap para atender requisitos de listagem

As ações obscuras da CLS Global estão ligadas ao envolvimento com a NexFundAI, empresa cripto, e um token baseado em Ethereum que o FBI criou como parte das operações voltadas para a manipulação do mercado.

Como parte da operação, a NexFundAI procurou a CLS Global para atender aos requisitos de listagem da bolsa. No entanto, o formador de mercado concordou e inflou artificialmente os volumes de negociação na Uniswap.

O formador de mercado usou um algoritmo para imitar a compra e venda natural por meio da auto negociação em várias carteiras.

Além disso, o DOJ observou que a CLS Global e sua afiliada sediada nos EUA, a Clarity Ventures, intencionalmente deturparam as atividades de negociação para os operadores de bolsa.

A CLS Global se promoveu como provedora de liquidez e formadora de mercado que poderia ajudar os tokens a ganhar força durante as fases iniciais de negociação.

Além disso, alegou usar algoritmos próprios para manter a estabilidade de preços e a geração de volume.

Esse caso marca uma das primeiras vezes em que um formador de mercado cripto estrangeiro sofre pena por reguladores sediados nos EUA por atividades em bolsas sediadas nos EUA.

Ou seja, marca uma mudança em direção à aplicação extraterritorial no espaço cripto.

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