A Circle, empresa responsável pela stablecoin USDC, começou oficialmente a ser negociada na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) no dia 5 de junho, sob o código CRCL. A estreia marca um passo histórico para o setor, tornando a Circle uma das primeiras empresas cripto de grande porte a abrir capital por meio de um processo tradicional.

O CEO da Circle, Jeremy Allaire, afirmou nas redes sociais que a abertura de capital reforça o compromisso da empresa com transparência e conformidade regulatória. Ele destacou que a decisão de se alinhar aos padrões da NYSE e da SEC representa valores centrais da companhia, como ética, confiança e boa governança.

Há 12 anos, começamos a construir uma empresa com o propósito de reformular o sistema econômico global a partir da internet. A nossa missão — promover prosperidade global por meio da troca de valor sem fricções — guia nossas ações desde então, declarou Allaire.

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Forte demanda institucional impulsiona estreia na NYSE

Ademais, antes mesmo da estreia, o entusiasmo dos investidores já era evidente. Surpreendentemente, a oferta pública inicial (IPO) da Circle arrecadou mais de US$ 1 bilhão — valor significativamente superior à projeção inicial de US$ 896 milhões.

Segundo dados da Yahoo Finance, as ações estrearam cotadas a US$ 31. O analista Matthew Sigel, da VanEck, projetou que o papel poderia atingir entre US$ 42 e US$ 44.

Analistas de mercado destacaram que a IPO da emissora da USDC foi altamente demandada, indicando forte interesse do setor institucional. Kevin Callahan, cofundador da Uniblock, revelou que a emissão foi 25 vezes “oversubscribed”.

Dessa forma, para ele, o sucesso envia um sinal claro de que Wall Street está pronta para novas ofertas públicas de empresas do setor cripto.

Estratégia regulatória fortalece posição da Circle no mercado tradicional

A abordagem da Circle, centrada na conformidade regulatória, pode representar uma vantagem competitiva à medida que stablecoins passam a atrair maior atenção de investidores institucionais e autoridades financeiras.

Sobretudo, a empresa é uma das poucas companhias cripto com licenças em diversas jurisdições — incluindo Nova York, Singapura e países da Europa —, e fez da conformidade regulatória um dos pilares do seu modelo de negócios.

Por fim, Brian Armstrong, CEO da Coinbase, celebrou o feito:

Criar produtos cripto legítimos e regulados é um grande desafio. Em 2013/2014, quando a Circle foi fundada, isso era quase impossível. Agora, esse marco representa uma grande vitória para todo o setor.

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Daniela de Lacerda
Daniela de Lacerda

Daniela de Lacerda é jornalista e pesquisadora, mestra em comunicação. Há quatro anos atua como curadora de inovação em mídia, tecnologia e economia, incluindo o setor de criptomoedas. Como editora e repórter, trabalhou em grandes veículos de comunicação do Brasil,... Leia mais

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