Um caso chocante em Nova York chamou a atenção das autoridades e da comunidade cripto internacional. Um turista italiano foi mantido em cativeiro por 17 dias em uma mansão de luxo no bairro de SoHo, enquanto criminosos exigiam acesso à sua carteira de Bitcoin.

O episódio, segundo analistas de segurança, representa uma escalada preocupante nos chamados ‘wrench attacks’ — quando criminosos recorrem à violência física para obter dados sensíveis de carteiras digitais.

O caso veio à tona após William Duplessie, de 32 anos, se entregar voluntariamente à polícia na última terça-feira (27/05). Ele e seu sócio, John Woeltz, de 37 anos, sofrem acusações por sequestrar e torturar o turista em busca das chaves privadas de uma carteira de Bitcoin avaliada em milhões de dólares.

Mansão de luxo virou cativeiro de tortura para obter carteira de Bitcoin

Segundo os investigadores, a dupla alugou uma casa com oito quartos na Prince Street por até US$ 40 mil por mês. Foi nesse local que manteve-se o turista como refém.

Relatos policiais indicam que a vítima foi pendurada de cabeça para baixo, sofreu choques com fios elétricos e foi ameaçada com uma motosserra. Agentes encontraram imagens Polaroid do sequestro na propriedade, junto com armas de fogo e drogas.

A linha do tempo do sequestro aponta que o turista teve seu passaporte confiscado em 6 de maio. Entre os dias 6 e 23 de maio, ele foi submetido a uma escalada de violência. No dia 23, conseguiu fugir e pedir ajuda. No dia seguinte, policiais prendem John Woeltz.

Duplessie se entregou quatro dias depois. Com isso, se encerrou o que os promotores descreveram como um dos mais violentos esquemas de extorsão com criptomoedas já registrados em solo norte-americano.

Quem são os sequestradores?

John Woeltz, autointitulado ‘rei das criptos’ e originário do estado americano de Kentucky, e William Duplessie, seu parceiro de negócios de longa data, sofrem acusações por atrair diversos investidores de alto poder aquisitivo por meio de startups ligadas à blockchain.

Além disso, o Ministério Público considera ambos um risco de fuga, citando ativos mantidos no exterior e conexões com bancos suíços. Por isso, a Justiça negou o pedido de fiança.

Especialistas em segurança afirmam que o caso de SoHo representa uma mudança de paradigma: o foco dos criminosos agora está se deslocando do roubo digital para os chamados wrench attacks. Segundo o FBI, esse tipo de crime contribuiu para perdas estimadas em US$ 9,3 bilhões no setor de criptomoedas somente nos Estados Unidos em 2023.

Dias antes do caso em Nova York, autoridades francesas prenderam mais de 20 pessoas em esquemas semelhantes, nos quais investidores de criptomoedas eram sequestrados e forçados a transferir ativos. Dessa forma, os métodos são semelhantes: sequestro, ameaça e exigência de chaves privadas.

O que vem a seguir?

Ademais, a Promotoria de Manhattan deve apresentar o caso ao júri nas próximas semanas. Advogados civis, por sua vez, preveem uma onda de processos contra plataformas de aluguel de curto prazo e o surgimento de novos produtos de seguro voltados à proteção pessoal e patrimonial de investidores.

Sobretudo, para os investidores de criptomoedas, o episódio deixa uma lição clara: não basta proteger os ativos com carteiras de hardware ou protocolos de múltiplas assinaturas. É preciso também pensar na segurança física.

Em suma, informações como destinos de viagem e endereços residenciais podem ser tão sigilosos quanto uma senha digital.

Explore também: Carteiras Bitcoin: como funcionam, principais tipos e qual usar
 

Por que confiar no 99Bitcoins

+10 anos

O 99Bitcoins foi fundado em 2013 e sua equipe é especialista em criptomoedas desde os primórdios do Bitcoin.

+90hr

de pesquisa toda semana

+100 mil

leitores todo mês

+80

contribuições de especialistas

2000+

projetos cripto avaliados

Google News Icon
Siga o 99Bitcoins no Google Notícias
Receba as últimas atualizações, tendências e insights diretamente na ponta de seus dedos. Assine agora!
Assine agora

Crash Course gratuito sobre Bitcoin

  • Apreciado por mais de 100.000 alunos.
  • Um e-mail por dia, 7 dias seguidos.
  • Curto e educativo, garantido!
Voltar ao topo