Tether, a companhia conhecida por operar a stablecoin USDT, fez mais uma grande aposta no Bitcoin. Dessa vez, a empresa comprou o equivalente a US$ 459 milhões BTC, para bancar o lançamento de um novo negócio, chamado Twenty One.

Trata-se de uma Bitcoin treasure company, com planos de se tornar pública. Em outras palavras, o mais recente power play em um ano cheio deles, na medida em que a Tether compra Bitcoin para viabilizar sua reconfiguração institucional.

Não se trata de um experimento de bastidores. A iniciativa envolve grandes nomes como Bitfinex e até uma parceria com a Cantor Fitzgerald. Tem mais. Eles estão trazendo Jack Mallers como CEO. Sim, aquele Jack Mallers, o homem por trás do aplicativo Strike.

O que a Tether realmente comprou?

De acordo com documentos apresentados à SEC (Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos), a Tether adquiriu 4.812.22 Bitcoin, a um preço médio de US$ 95.319,83, por token.

Quando todo o processo for concluído, esses BTC serão transferidos para a Twenty One, a nova empresa que está sendo criada por meio de uma fusão com a Cantor Equity Partners.

Porém, isso é só o começo. O plano é fazer um lançamento público da Twenty One publicamente, com mais de 42.000 BTC em caixa, o equivalente a cerca de US$ 4,4 bilhões, considerando o preço atual do ativo.

Desse modo, a empresa se tornaria uma das maiores corporações especializadas em armazenar e gerenciar Bitcoin no planeta, junto com a Strategy.

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Qual a estratégia da Tether com o novo negócio?

Twenty One pretender oferecer exposição ao Bitcoin a investidores tradicionais, por meio do mercado de ações. Ou seja, sem a necessidade de esses investidores manterem uma carteira digital e administrarem chaves privadas.

Pense em algo como uma empresa financeira que faz praticamente todo tipo de operação com BTC, devidamente embalada na estrutura de mercado financeiro tradicional.

Só para exemplificar, esse ‘praticamente tudo’ inclui manter reservas para empréstimo de Bitcoin e disponibilizar serviços financeiros cripto nativos.

A companhia pretende levantar aproximadamente US$ 585 milhões nesse processo. Isso inclui US$ 385 milhões em notas sênior conversíveis e mais US$ 200 milhões de fontes de capital privado.

A maior parte será usada para comprar ainda mais Bitcoin e ajudar a colocar o novo negócio de pé.

Por que a empresa escolheu esse momento?

Esse movimento da Tether, com timing estratégico, vem num momento em que o Bitcoin está de volta aos holofotes, sendo negociado acima de US$ 104.000 e avançando em direção a novos marcos históricos de preço.

Várias instituições têm mostrado interesse pelo BTC  neste ano, especialmente depois que os Estados Unidos aprovaram ETFs à vista de Bitcoin.

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O envolvimento da Tether mostra, portanto, que emissores de stablecoins estão procurando diversificar seus ativos, e potencialmente lucrar com o crescente posicionamento do Bitcoin como um ativo de reserva.

Qual a pegadinha?

Os críticos sempre questionaram a transparência da Tether e sua ligação com a Bitfinex.

Enquanto a mais recente estratégia é ousada, também aumenta a pressão para manter tudo muito certinho do ponto de vista regulatório e de relatórios financeiros.  

Em outras palavras, ir a público com uma Bitcoin treasure company vai, sem dúvida, estimular mais escrutínio.

Conclusão

Em resumo, o lançamento da Twenty One mostra que a Tether acredita que os investidores tradicionais buscam uma forma de se expor ao BTC,  sem tocar numa corretora ou numa carteira de hardware.

Se vai ser um sucesso ou apenas mais um ousado experimento cripto, uma coisa é clara: a Tether está dobrando a aposta no Bitcoin, e está fazendo isso com bastante alarde.

A nova jogada da Tether

  • A Tether comprou o equivalente a US$ 459 milhões em Bitcoin, para custear o lançamento da Twenty One, a new BTC treasury company com planos de se tornar pública.

  • No total, a Tether adquiriu 4.812 BTC, a um preço médio de US$ 95.319, por token. A empresa pretende transferir 42.000 BTC, avaliados em aproximadamente US$ 4,4 bilhões, para o seu novo negócio.

  • A Twenty One vai oferecer exposição ao Bitcoin a investidores tradicionais, incluindo serviços cripto nativos como, por exemplo, empréstimo de BTC e gestão de reservas.

  • A iniciativa está sendo criada por meio de uma fusão com a SPAC, da Cantor Fitzgerald, e terá o CEO da Strike, Jack Mallers, como líder. 

  • Ao mesmo tempo em que sinaliza um maior comprometimento da Tether com o Bitcoin, o movimento também gera questionamentos sobre transparência e questões regulatórias, considerando a escala do negócio e a ambição de listagem pública.

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Daniela de Lacerda
Daniela de Lacerda

Daniela de Lacerda é jornalista e pesquisadora, mestra em comunicação. Há quatro anos atua como curadora de inovação em mídia, tecnologia e economia, incluindo o setor de criptomoedas. Como editora e repórter, trabalhou em grandes veículos de comunicação do Brasil,... Leia mais

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