Em evento conservador, Michael Saylor afirma que Bitcoin é proteção contra socialistas

Durante um evento direcionado a uma plateia conservadora, nos Estados Unidos, Michael Saylor, fundador da Strategy₿, afirmou que o Bitcoin é uma proteção contra socialistas. Ele destacou a importância do ativo digital como um meio de garantir liberdade financeira e soberania individual, em meio a políticas econômicas intervencionistas.

“Se eu fosse socialista, eu iria querer tirar suas armas e seu dinheiro. Mas o Bitcoin é um tipo de dinheiro que eles não podem tomar”, disse Saylor.

A declaração gerou forte repercussão no setor financeiro e entre os entusiastas das criptomoedas. Além disso, reavivou o debate sobre o papel do Bitcoin como alternativa ao sistema financeiro tradicional. As declarações foram feitas durante a conferência Conservative Political Action (CPAC).

Saylor, que já investiu bilhões em Bitcoin por meio da Strategy₿, argumentou que a criptomoeda representa uma resistência contra a inflação descontrolada. E, também, contra políticas estatais que limitam a autonomia financeira dos cidadãos.

Resistência ao controle estatal

Ao longo dos últimos anos, Saylor tem reforçado a ideia de que o Bitcoin não é apenas um ativo de investimento. Mas, também, uma ferramenta de resistência contra governos centralizadores.

Durante sua apresentação, ele comparou a adoção da criptomoeda a um movimento de libertação econômica. Segundo Saylor, os governos socialistas costumam implementar políticas de impressão descontrolada de dinheiro, altos impostos e controle sobre o sistema bancário. Prejudicando, portanto, a independência financeira da população.

Para o ativista cripto, o Bitcoin se destaca como um ativo deflacionário e à prova de censura, além de permitir que indivíduos armazenem e transfiram riqueza sem a interferência de bancos centrais. Ou, por outro lado, de governos que buscam confiscar ativos ou desvalorizar moedas nacionais.

Em síntese, Saylor argumentou que a posse de Bitcoin se tornou uma forma de protesto pacífico contra regimes que adotam medidas de controle sobre o dinheiro da população.

Cresce interesse do público conservador pelo BTC

A fala de Saylor reflete um crescimento do interesse do público conservador pelo Bitcoin. Nos últimos anos, a criptomoeda passou a ser vista como uma alternativa viável a sistemas financeiros sujeitos a regulações estatais consideradas excessivas.

Movimentos políticos que defendem menos intervenção governamental na economia têm se aproximado cada vez mais do setor cripto. Enxergando, nesse ecossistema, uma forma de garantir maior liberdade de mercado e proteção contra crises econômicas.

Saylor mencionou que bilionários, investidores e políticos alinhados a essa visão de mundo têm intensificado suas posições em Bitcoin. E, inclusive, comparou a criptomoeda a um escudo contra políticas que possam desvalorizar ativos e restringir a livre circulação de capital.

Além disso, o recente avanço de regulações em diferentes países tem sido interpretado por muitos como uma tentativa de restringir o acesso ao Bitcoin e às criptomoedas. O que fortalece, por outro lado, a narrativa de que esse mercado representa um contraponto ao sistema financeiro convencional.

Bitcoin como proteção contra crises

Outro ponto enfatizado por Saylor durante o evento foi a capacidade do Bitcoin de preservar valor no longo prazo. Ele destacou que, enquanto governos imprimem dinheiro e aumentam a dívida pública, a oferta limitada de 21 milhões de BTC faz com que a criptomoeda se torne um ativo escasso e resistente à inflação.

A ideia de que o Bitcoin serve como proteção contra crises econômicas não é nova. No entanto, vem ganhando força à medida que governos ao redor do mundo enfrentam desafios relacionados à estabilidade monetária.

Saylor argumentou que, ao manter Bitcoin, os indivíduos podem evitar os impactos negativos causados por políticas monetárias irresponsáveis. Além de garantir que sua riqueza não seja corroída ao longo dos anos.

My talk at the @CPAC conference this morning focused on Bitcoin, freedom, and economic empowerment.pic.twitter.com/eOFCnYa7qu

— Michael Saylor⚡️ (@saylor) February 20, 2025

Contudo, ele destacou que a descentralização do Bitcoin impede que bancos e governos tenham controle sobre seu fornecimento, ao contrário do que acontece com moedas fiduciárias. Isso porque, segundo Saylor, essas moedas podem ser desvalorizadas de acordo com interesses políticos.

Para ele, esse fator torna o Bitcoin uma opção ainda mais atrativa para investidores que buscam segurança e previsibilidade em um cenário econômico incerto.

Saylor e o impacto no mercado cripto

A forte defesa de Saylor em prol do Bitcoin não é novidade. Porém, suas falas em eventos conservadores reforçam a crescente associação da criptomoeda com ideias de liberdade financeira e descentralização.

Seu posicionamento tem impacto direto no mercado. Já que a Strategy₿ continua sendo uma das maiores detentoras institucionais de Bitcoin, influenciando investidores a adotarem uma visão de longo prazo sobre o ativo.

Após a apresentação de Saylor, a reação da comunidade cripto foi mista. Alguns apoiadores do Bitcoin concordaram com a visão de que a criptomoeda representa uma resistência a políticas governamentais intervencionistas.

Outros, no entanto, alertaram para os riscos de politizar Bitcoin. Afastando, dessa forma, investidores que preferem enxergá-lo apenas como uma inovação tecnológica e financeira.

Independentemente da perspectiva, a fala de Saylor reforça a importância do Bitcoin como uma nova classe de ativos, cada vez mais integrada às discussões sobre o futuro da economia global.

Se a adoção continuar crescendo entre indivíduos e instituições, a tese defendida por ele pode ganhar ainda mais força nos próximos anos. E, assim, consolidar a criptomoeda como um pilar central no debate sobre liberdade financeira e soberania monetária.