Em um debate realizado na Token2049 Dubai, nesta semana, Robert Mitchnick, Chefe de Ativos Digitais da BlackRock, disse que será interessante ver quem está comprando ETF de Bitcoin.
Além disso, Mitchnick também afirmou que, geralmente, os investidores que estão otimistas com o também estão otimistas com o ouro. ‘Bitcoin e ouro compartilham muitas visões de mundo’, declarou o executivo.
Ele contou que muitos investidores realocaram seus portfólios, migrando de posições totalmente em ouro para uma estratégia de ouro-Bitcoin, de 80/20 ou 50/50. Ou, até mesmo, substituindo suas posições em ouro inteiramente por Bitcoins.
O debate teve, ainda, a participação de Jan van Eck, CEO da VanEck, e Giovanni Vicioso, chefe global de produtos de criptomoedas do CME Group.
ETF de Bitcoin: o lançamento mais bem-sucedido da história
O analista da Bloomberg, Eric Balchunas, iniciou a discussão afirmando que os ETFs de Bitcoin atraíram mais de US$ 40 bilhões em fluxos líquidos desde o lançamento. Desse modo, o ETF de Bitcoin se tornou o lançamento de ETF mais bem-sucedido da história.
‘Os fluxos voltaram em grande escala’, concordou Mitchnick, da BlackRock, referência nesse segmento. Ele abordou, ainda, a mudança de perfil dos compradores de ETF de Bitcoin nos últimos 16 meses.
‘No início, o varejo predominava. Mas também temos os outros dois segmentos que são realmente importantes, que são consultoria patrimonial e institucional’, explicou.
Além disso, Mitchnick afirmou que esse é um padrão perceptível em todos os trimestres, em que a porcentagem no varejo diminui e a porcentagem institucional aumenta.
‘ETFs têm US$ 10 trilhões. Cerca de 70% desse dinheiro é de consultores. Consultores são as pessoas que administram todos os ativos dos baby boomers. E os baby boomers têm todo o dinheiro’, argumentou o executivo.
Segundo ele, instituições (planos de previdência etc.) têm um mercado de US$ 100 trilhões, e é ainda mais difícil de penetrar, mas alguns avanços foram feitos. Os ativos dos consultores, no entanto, são o principal público para ETFs no futuro.
Enquanto isso, Jan van Eck explicou que, embora os ingressos de Bitcoin sejam impressionantes, ainda estão atrás dos US$ 14 bilhões de ETFs de ouro neste ano.
Adicionalmente, corretoras tradicionais como a Vanguard ainda restringem o acesso a ETFs de Bitcoin, indicando que a fase de adoção mais ampla ainda está no começo.
Expandindo esse ponto, o executivo afirmou que há um longo caminho a percorrer, antes que a maioria dos alocadores inclua ETFs de Bitcoin.
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Papel dos fundos futuros e de hedge
Vicioso, do CME Group, avaliou o papel crucial dos futuros de Bitcoin na preparação do terreno para a aprovação de ETFs. Segundo ele, a liquidez criada pelo mercado futuro ajuda a estabelecer a estabilidade de preços. Permitindo, portanto, que os emissores de ETFs comprem e mantenham Bitcoins com eficiência.
Ele afirmou que os ETFs e os mercados à vista têm obtido sucesso graças aos futuros, já que todos esses mercados estão relacionados.
‘Se os ETFs estão indo bem, significa que os futuros estão indo bem, e também significa que o mercado à vista está indo bem’, afirma.
Além disso, Balchunas, da Bloomberg, afirmou que os fundos de hedge se envolvem em operações de base, explorando a diferença de preço entre os preços futuros e à vista do Bitcoin.
Vicioso explicou que os fundos de hedge compram ETFs de Bitcoin enquanto operam a descoberto futuros de Bitcoin. Portanto, fixam o spread.
O diferencial mudou. Inicialmente, a base estava em torno de 20%. Após o lançamento do ETF, caiu para 5% por um tempo. Agora, voltou para 8% a 10%.
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Preço de ETF de Bitcoin ficará mais estável
Um tema central do painel foi o comportamento do Bitcoin durante o recente ‘tarifaço’ de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos.
Ações foram vendidas, em meio à incerteza da política comercial dos EUA. Historicamente, o Bitcoin se comportou como um ‘beta alto’ — amplificando os movimentos das ações.
No entanto, durante a recente recessão, o preço do permaneceu relativamente estável em comparação com as ações.
O Bitcoin passou de mãos instáveis (por exemplo, FTX, vendedores em dificuldades) para detentores de longo prazo, como Michael Saylor, da Strategy.
Adicionalmente, Michnick observou que a propriedade fundamental do Bitcoin como um ativo descentralizado e escasso o torna um porto seguro lógico.
Van Eck acrescentou contexto histórico, destacando que a correlação do Bitcoin com ativos tradicionais era próxima de zero antes de 2020. No entanto, após o estímulo da COVID, a correlação do Bitcoin com as ações aumentou para cerca de 0,4. Ainda baixa, mas significativa para gestores de portfólio que buscam diversificação.
E os ETFs de Ethereum?
Os ETFs de Ethereum foram lançados com menos entusiasmo, em comparação com os de Bitcoin. No entanto, ainda atraíram entradas significativas (de US$ 4 bilhões a US$ 12 bilhões em um ano).
Frequentemente considerado a ‘prata’ para o ‘ouro’ do Bitcoin, o Ethereum enfrentou desafios, mas demonstrou resiliência.
Por outro lado, altcoins como Solana, XRP e Litecoin estão sendo observadas de perto para expansão no mercado futuro, dependendo da clareza regulatória.
No entanto, instituições e consultores priorizam esmagadoramente o Bitcoin — e, em menor grau, o Ethereum. O investimento em criptomoedas de forma mais ampla é visto mais como capital de risco em tecnologia, em vez de uma aposta monetária.
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