BTC desaba após postura do Fed

Após a postura rígida do Federal Reserve (Fed) em relação à política monetária, investidores globais demonstraram cautela. Assim, retiraram US$ 430 milhões de fundos de criptomoedas, intensificando a pressão vendedora sobre o preço do Bitcoin hoje (17/02). Demais ativos digitais também sofreram o impacto.

Saídas massivas e impacto no preço do Bitcoin hoje

O Bitcoin, que vinha mantendo relativa estabilidade nos últimos meses, não resistiu à postura mais agressiva do Fed e registrou uma forte correção. Durante o dia de hoje, o Bitcoin perdeu o suporte de US$ 96 mil indo testar o nível abaixo de US$ 95 mil.

A decisão do banco central dos Estados Unidos de manter os juros elevados por um período prolongado afetou diretamente os mercados de risco, incluindo criptomoedas. Como resultado, a principal criptomoeda do mundo sofreu uma forte pressão de baixa arrastando consigo o restante do mercado de criptomoedas.

Além das saídas do Bitcoin, altcoins como Ethereum e Solana também sentiram o impacto da aversão ao risco, registrando perdas substanciais. O sentimento do mercado se deteriorou rapidamente, com muitos investidores optando por converter seus criptoativos em ativos tradicionais. Assim, buscando maior segurança em meio à incerteza econômica global.

Influência do Federal Reserve e cenário macroeconômico

A política monetária do Fed tem sido um dos principais fatores de influência sobre o Bitcoin e o mercado de criptomoedas como um todo. O aumento da taxa de juros nos Estados Unidos tem reduzido o apetite dos investidores institucionais por ativos voláteis.

Já que rendimentos mais atrativos podem ser obtidos em instrumentos financeiros mais conservadores, como títulos do Tesouro, por exemplo.

Além disso, a divulgação recente do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) nos EUA superou as expectativas, reforçando a preocupação com a inflação e fortalecendo o argumento do Fed para manter a política de juros elevados.

Essa combinação de fatores resultou em um ambiente desfavorável para ativos de risco, intensificando a saída de capital do setor de criptomoedas.

Movimentos de saída de capital semelhantes ao atual já foram observados em ciclos anteriores do Bitcoin. Historicamente, períodos de grande retirada de fundos e queda no preço foram seguidos por fortes recuperações. Especialmente quando fatores macroeconômicos começaram a se estabilizar.

No entanto, há diferenças importantes entre este ciclo e os anteriores. Incluindo, aliás, a maior presença de investidores institucionais e a influência dos ETFs de Bitcoin, o que pode alterar a dinâmica da recuperação.

Impacto dos ETFs de Bitcoin no mercado

Desde a aprovação dos ETFs de Bitcoin nos Estados Unidos, o mercado cripto conta com uma nova fonte de liquidez vinda de investidores institucionais. A recente queda levantou dúvidas sobre o impacto desses produtos no longo prazo, especialmente porque alguns ETFs registraram fluxos de saída significativos na última semana.

Porém, analistas apontam que a entrada de novos players institucionais pode ajudar na estabilização do mercado assim que as condições macroeconômicas se tornarem mais favoráveis.

Enquanto muitos investidores reduziram sua exposição ao Bitcoin, algumas grandes empresas e fundos de investimento parecem estar aproveitando a queda para aumentar suas posições.

Há especulações de que instituições como BlackRock e MicroStrategy possam estar acumulando Bitcoin durante esse período de retração. Essa estratégia já foi adotada por esses players em momentos anteriores de baixa no mercado.

Mercado brasileiro segue tendência global

No Brasil, o impacto da postura do Fed também se fez sentir de forma significativa, assim como em outros mercados emergentes, onde a volatilidade foi intensificada.

Investidores brasileiros retiraram aproximadamente R$ 12 milhões de fundos de criptomoedas nas últimas semanas, refletindo a cautela generalizada observada nos mercados globais.

Esse movimento demonstra que o país acompanha de perto as tendências internacionais e que o sentimento de aversão ao risco não se limita apenas ao cenário externo.

A saída de capital dos fundos brasileiros de criptomoedas foi impulsionada pelo mesmo conjunto de fatores que afetou os mercados internacionais: juros elevados, inflação persistente e uma postura mais rígida dos bancos centrais.

Investidores locais optaram por reduzir sua exposição ao mercado cripto, buscando alternativas mais seguras diante da volatilidade crescente.

Sentimento do mercado, indicadores técnicos e expectativas para os próximos meses

A queda do Bitcoin impactou diretamente o sentimento do mercado, com o Índice de Medo e Ganância se deslocando para a zona de “medo”. Além disso, indicadores técnicos como o RSI (Índice de Força Relativa) apontam que o ativo está próximo da região de sobrevenda. Historicamente, isso sugere uma possível recuperação no curto prazo.

Outros analistas observam que, caso o preço do Bitcoin consiga se manter acima de suportes críticos, o mercado pode entrar em uma fase de acumulação antes de uma nova tendência de alta.

Apesar do cenário desafiador, analistas apontam que a recente correção pode representar uma oportunidade para investidores de longo prazo. Especialmente aqueles que seguem estratégias de acumulação gradual. Aliás, as quedas acentuadas no preço do Bitcoin durante ciclos de altas, sempre foram encaradas como grandes oportunidades de compras para melhorar o preço médio antes da última disparada do Bitcoin.

O mercado agora aguarda novos desdobramentos das decisões do Fed, incluindo a próxima reunião do FOMC em março. Além do impacto dessas medidas sobre a economia global.

Contudo, a evolução da adoção institucional do Bitcoin e o desempenho dos ETFs baseados na criptomoeda serão fatores determinantes para a trajetória do mercado nos próximos meses.

Enquanto a volatilidade persiste, especialistas recomendam que investidores acompanhem atentamente as movimentações macroeconômicas e as reações do mercado cripto, evitando decisões precipitadas e priorizando estratégias de investimento fundamentadas.