Bitcoin cai para US$ 80 mil, enquanto analistas alertam sobre “início de semana feio”

O Bitcoin continuou sua tendência de queda no fim de semana, caindo para pouco mais de US$ 80 mil nesta segunda-feira (10/03). Como resultado, analistas estão falando em um início de semana preocupante.

O declínio gerou receios de mais perdas, com Arthur Hayes, cofundador da BitMEX, alertando que o ativo pode testar em breve os principais níveis de suporte.

“Parece que o Bitcoin testará novamente US$ 78 mil”, escreveu Hayes no X. Ele acrescentou, ainda, que, se o nível falhar, a próximo suporte será em US$ 75 mil.

Hayes também apontou uma quantidade significativa de opções de Bitcoin em aberto na faixa de US$ 70 mil a US$ 75 mil. Ele afirmou que, que se o ativo cair nessa zona, isso pode resultar em maior volatilidade e em forte liquidação.

Mercado de opções sinaliza preocupação crescente

O mercado de opções também reflete essa preocupação. De acordo com dados da Deribit, há US$ 696 milhões em open interest (OI) no preço de exercício de US$ 70 mil.

Além disso, há de US$ 659 milhões em US$ 75 mil e US$ 680 milhões em US$ 80 mil. Isso sugere, portanto, que os traders de derivativos estão apostando contra a estabilidade de preços no curto prazo.

O Bitcoin caiu mais de 5% nas últimas 24 horas, atingindo uma mínima de US$ 80.124, antes de encenar uma recuperação modesta para US$ 81.395.

O ativo tem sido altamente volátil nas últimas semanas, flutuando entre US$ 80 mil e US$ 95 mil, em meio à mudança no sentimento do mercado.

Essa alta instabilidade tem sido impulsionada por mudanças na política comercial e anúncios relacionados ao encontro cripto da Casa Branca, realizado na última sexta-feira (07/03).

Arthur Hayes havia previsto, anteriormente, que o Bitcoin revisitaria US$ 75 mil. O analista projetou uma forte queda antes de a criptomoeda entrar em um ciclo de alta de longo prazo – que poderia empurrar o ativo para US$ 250 mil.

Em fevereiro, ele afirmou que o mercado estava caminhando para a “cidade dos goblins”, já que os fundos de hedge começaram a desfazer suas posições em ETFs de Bitcoin.

O ponto mais baixo do Bitcoin no ano ocorreu em 28 de fevereiro, quando caiu brevemente para a faixa de US$ 78 mil. Ao que parece esse nível pode ser revisitado.

Vendas estão ocorrendo por parte de novatos em pânico

Recentemente, a empresa de pesquisa de mercado 10x Research descreveu o declínio como uma “correção de livro didático”, em um relatório publicado em 10 de março.

A empresa observou que cerca de 70% das vendas vieram de investidores que compraram Bitcoin nos últimos três meses. Indicando, portanto, que os recém-chegados ao mercado estão vendendo em pânico, em resposta à crise.

Enquanto isso, o sentimento do mercado se torna cada vez mais pessimista. O Bitcoin Fear & Greed Index caiu para “medo extremo”, registrando uma pontuação de 20 – faixa que reflete a maior incerteza e receio do mercado.

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Investidores aguardam relatórios de inflação

Esta semana pode trazer mais turbulência, pois os investidores se preparam para dois grandes relatórios de inflação dos Estados Unidos, que podem influenciar a política monetária do Federal Reserve.

O aumento da inflação pode levar a medidas agressivas do banco central, adicionando, potencialmente, mais pressão a ativos de risco como o Bitcoin.

Além das preocupações econômicas, as tensões comerciais também estão aumentando. O Canadá impôs tarifas retaliatórias depois que o Partido Liberal elegeu o ex-banqueiro central Mark Carney como seu novo presidente.

Em seu discurso de vitória no domingo (09/03), Carney criticou duramente as tarifas de Donald Trump sobre o Canadá, afirmando: “Os americanos não devem se enganar… No comércio, assim como no hóquei, o Canadá vencerá.”