Depois de um mês de consistentes compras de Bitcoin, Larry Fink e sua BlackRock surpreenderam ao transferir 4.133 BTC para a Coinbase Prime.
A venda – que equivale a cerca de US$ 429 milhões, pelo preço atual do token – foi a primeira desde que a empresa lançou seu ETF. Horas depois, o fundo IBTI registrou US$ 430,8 milhões em retiradas, o mais alto valor até então.
A onda logo repercutiu. Onze ETFs spot de Bitcoin contabilizaram, juntos, retiradas no valor de US$ 616 milhões, marcando o segundo dia consecutivo de queda.
O que será que está por trás desse movimento da BlackRock? E quais são seu mais ambiciosos planos para o mercado cripto?
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O crescimento de Larry Fink e das atividades cripto da BlackRock
A BlackRock é o Big Brother de George Orwell que, há pouco tempo, se tornou mais mainstream.
Em 2008, a BlackRock foi a empresa que o governo dos Estados Unidos contratou para resolver a crise imobiliária. Todo o governo dos Estados Unidos era dependente do CEO da companhia, Larry Fink.
Como resultado, isso deu a Fink um poder com que outros bilionários podem apenas sonhar. Fink, no entanto, não herdou seu império.
Ele começou como qualquer pessoa comum. Porém, a diferença é que seu mindset desafiava o ordinário.
Pessoas próximas a ele disseram, em reportagem do El País, que Fink era obcecado por controle.
BlackRock Chairman and CEO Larry Fink writes in the @FT that the old economic model is coming apart. So what comes next? Read his latest op-ed about the emerging second draft of globalization, built not just to generate prosperity, but to aim it towards the people and places left… pic.twitter.com/qJu20i2MMg
— BlackRock (@BlackRock) June 3, 2025
Fink aperfeiçoou seu talento em Wall Street, e daí em diante foi só ladeira acima. Ele rapidamente alcançou um status lendário, levando sua empresa a obter mais de US$ 1 bilhão em lucros, dentro de poucos anos.
No entanto, foi no início dos anos 1990 que Larry Fink realmente encontrou seu Santo Graal: o software Aladdin.
‘Armado’ com uma rede de 5 mil computadores, Aladdin é um sistema de inteligência artificial que disseca mercados e conduz análises de risco com extrema precisão. Em resumo, o programa mantém a BlackRock dois passos à frente.
Os ambiciosos planos da BlackRock para o mercado cripto
Você sabia que a BlackRock possui ações das cinco maiores mineradoras de Bitcoin? Riot Blockchain, Cipher Hut, Marathon Digital, TeraWulf… Quem aparece em todas as listas de acionistas? BlackRock e Vanguard.
BlackRock's assets just hit an all-time high of $11.5 trillion.
They claim they’re just a passive investor — but they're profiting off every part of your life, concentrating money and power in the hands of the ultra-rich. pic.twitter.com/6a9zpqErar
— More Perfect Union (@MorePerfectUS) October 11, 2024
Na prática, a BlackRock não é tecnicamente dona do seu portfólio de Bitcoin; ela gerencia esses ativos para seus clientes. Você compra BTC a partir do ETF da empresa. Ou seja, é tecnicamente seu, não deles. Soa justo, certo?
Entretanto, o problema é ter tanto BTC sob seu controle. Isso deu a Larry Fink e à BlackRock vantagens que vão influenciar como o Bitcoin vai operar daqui para frente. Entenda como.
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Vender seu BTC para a BlackRock não o traz de volta.
Mesmo quando o mercado teve seus dias mais vermelhos, a BlackRock não registrou retiradas de ETF de Bitcoin. Ou seja, isso quer dizer que os clientes deles, estranhamente, continuaram comprando, mesmo quando o mercado inteiro estava vendendo. Eles estavam mais inclinados a comprar BTC de volta, de clientes que venderam.
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Manipulação do mercado
Não é como se a BlackRock fosse uma tirana benevolente de Wall Street. Eles já foram pegos antes, tentando manipular mercados. A manipulação de mercado não é nebuloso código de trapaça. Quem tem mais dinheiro pode inclinar os mercados a seu favor. Nesse sentido, a BlackRock foi pega ao fazer coisas como supressão de preços e dumping, apenas para recomprar.
Considerações finais sobre a operação cripto da BlackRock
Em seu relatório Global Outlook, a BlackRock afirmou que três tendências vão definir a nova era de investimentos:
- O envelhecimento da população vai levar os governos a aumentar débitos e déficits, levando, portanto, a inflação maior.
- A fraturada confiança entre potências globais vai gerar uma proliferação de guerras comerciais e cambiais, criando volatilidade.
- Economia digital, inteligência artificial e automação vão transformar negócios, investimentos e sociedade de formas incontroláveis e caóticas.
É assustador ouvir a BlackRock falar dessa forma. Parece mais um rompante de Alex Jones [conspiracionista de extrema-direita nos Estados Unidos].
Porém, é por isso que a BlackRock é mais poderosa que a Vanguard. Eles sabem para onde o mundo está indo e estão dez passos à frente da concorrência.
Depois de um mês comprando BTC consistentemente, a BlackRok transferiu 4.113 BTC para a Coinbase Prime.
No valor atual da criptomoeda, isso corresponde a cerca de US$ 429 milhões.
Em diversas partes do mundo, tanto Estados soberanos como corporações estão ampliando suas reservas de Bitcoin, muitas vezes desafiando instituições financeiras tradicionais e órgãos reguladores
A agenda secreta da BlackRock
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