O mercado de stablecoins alcança patamares sem precedentes, gerando mais de US$ 10 bilhões em receita para seus emissores. Dessa forma, se destaca entre as moedas digitais em alta e consolida sua posição como um pilar fundamental no ecossistema cripto.
Lideradas por players como Tether (USDT) e Circle (USDC), essas moedas digitais atreladas a ativos estáveis (geralmente o dólar americano) estão impulsionando liquidez e eficiência nas operações de finanças descentralizadas (DeFi).
Esse crescimento robusto, com a capitalização de mercado superando US$ 228 bilhões, acende um alerta para gigantes dos pagamentos como Visa e Mastercard.
Como resultado, essas empresas correm para adaptar suas estratégias e não perderem espaço nesse cenário em rápida evolução.
Crescimento exponencial
A ascensão das stablecoins no mercado financeiro digital é inegável. Emissores dessas moedas digitais, liderados pela Tether, geraram quase US$ 10 bilhões em receita. Demonstrando, assim, a lucratividade e o impacto crescente desse setor.
Conforme dados da 10x Research, a Tether, emissora do USDT, foi a principal beneficiária, acumulando US$ 6,56 bilhões em receita, seguida pela Circle, com US$ 1,89 bilhão.
Outros protocolos, como Sky Protocol e Ethena, também contribuíram significativamente, com US$ 384 milhões e US$ 332 milhões, respectivamente.
The +119% Crypto Stocks Rally That Could Reshape the U.S. Stock Market Sectors
Actionable Market Insights
Why this report matters
Crypto equities are up +119% year-to-date—outpacing Bitcoin and nearly every major asset class.
Behind the headlines, a powerful shift is… pic.twitter.com/30pQYQXdBv
— 10x Research (@10x_Research) July 1, 2025
A dominância da Tether, com uma capitalização de mercado de US$ 158 bilhões e 4,70% de dominância de mercado, é um reflexo desse crescimento.
O volume de negociação diário do USDT atingiu US$ 84 bilhões no dia 3 de julho de 2025, um aumento de 40,49%, com uma oferta circulante de 158 bilhões de tokens.
Além disso, pesquisas de mercado indicam que o crescimento das stablecoins deve continuar, impulsionado por regulamentações favoráveis nos Estados Unidos e pela crescente adoção em DeFi.
Adicionalmente, essa categoria é impulsionada pela ampla adoção por parte das melhores carteiras DeFi – que, atualmente, facilitam o uso desse tipo de moedas digitais.
Por isso, essa estabilidade sustentada no mercado de stablecoins é vista como um alicerce para a liquidez e expansão da blockchain.
A presença das stablecoins entre as moedas digitais em alta também representa uma ruptura rara na reputação da indústria de criptomoedas, frequentemente associada à especulação e ao risco.
Nesse sentido, essa categoria de moedas digitais oferece algo radicalmente diferente: uma ferramenta que pode, de fato, aprimorar o funcionamento dos sistemas financeiros.
Como resultado, isso confere à comunidade cripto uma função socialmente útil e valiosa. Grandes varejistas como o Walmart, por exemplo, já consideram projetos-piloto com stablecoins.
Já a Fiserv, provedora de tecnologia bancária, lançou sua própria stablecoin para ajudar instituições financeiras menores a acompanhar as inovações em pagamentos digitais.
Visa e Mastercard reagem: a ameaça de US$ 250 Bilhões
Uma batalha territorial se desenha no vasto mundo dos pagamentos digitais, e empresas tradicionais, como Visa e Mastercard, encontram-se repentinamente na defensiva.
Isso porque startups e empresas de tecnologia cripto estão invadindo um território há muito tempo dominado por essas gigantes.
As techs são impulsionadas pelo crescimento de moedas digitais como as stablecoins e por argumentos irrefutáveis para os comerciantes: taxas baixas, liquidação mais rápida e a possibilidade de contornar completamente as redes de cartão, por exemplo.
Essa é uma ameaça tecnológica e financeira direta. Os tokens digitais, geralmente atrelados ao dólar, permitem que os consumidores paguem os comerciantes diretamente de suas carteiras cripto.
Desse modo, não há mais necessidade de um intermediador para os pagamentos por meio de um banco ou uma rede de cartões, por exemplo.
Somente no ano passado, empresas nos Estados Unidos pagaram cerca de US$ 187 bilhões em taxas por transações com cartão. A maioria delas transita pelos sistemas da Visa e da Mastercard.
Em alta, as stablecoins prometem reduzir drasticamente esse custo ou até mesmo eliminá-lo. Elas representam, atualmente, uma ameaça de um mercado de US$ 253 bilhões, com projeção de atingir US$ 2 trilhões nos próximos anos, segundo dados do Tesouro dos EUA.
O fundador do MIT Cryptoeconomics Lab, Christian Catalini, em entrevista à Bloomberg, observou que ‘está claro que, por fim, todo este espaço pode ser uma ameaça aos provedores financeiros tradicionais’.
Contudo, ele ressalta que as redes de cartão de crédito não estão de braços cruzados, e se esforçarão para ‘trabalhar com muitas stablecoins, para manter seu papel central’.
Essa pressão está levando a Visa e a Mastercard a se reposicionarem. Não como cobradoras antiquadas de pedágio, mas como a espinha dorsal de todos os tipos de transações com moedas digitais. Incluindo aquelas originalmente projetadas para evitar esse tipo de empresa.
Com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pronto para assinar a legislação que regulamenta os emissores de stablecoins, as empresas de cartão estão oferecendo produtos vinculados a criptoativos. Além de desenvolverem serviços para bancos que testam dólares digitais.
Disputa pelo futuro dos pagamentos digitais
No entanto, Visa e Mastercard ainda possuem uma ampla influência no setor. O histórico e a confiança, tanto de empresas quantos de cliente, constituem um enorme ativo global que as coloca em uma posição estratégica.
Isso possibilita, portanto, a capacidade de se adaptarem, absorverem e se adequarem ao novo mercado que surge.
Ou seja, se engana quem pensa que será simples tirar do jogo duas das empresas que ajudaram a constituir, consolidar e expandir o sistema de pagamentos digitais como conhecemos hoje.
A aproximação do setor de stablecoins é um sinal disso. Porém, será uma árdua tarefa modificar um mercado no qual os clientes estão habituados a programas de recompensas, proteção contra fraudes e acesso a crédito.
As stablecoins atuais oferecem esse tipo de benefício de forma limitada e difícil de replicar. Além disso, para muitos, as moedas digitais ainda são desconhecidas ou vistas com desconfiança.
Mesmo assim, os defensores da tecnologia digital avançam. Recentemente, a Shopify firmou parceria com a Stripe e com a Coinbase, permitindo que lojistas aceitem USDC.
A vantagem, no caso, é que nenhum pagamento passa por provedores de cartões de crédito. As transações são processadas na blockchain, permitindo aos comerciantes receber USDC em suas carteiras cripto. Essa é a nova fronteira de batalha pelos pagamentos digitais.
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