As consequências do escândalo da criptomoeda LIBRA estão rapidamente se transformando em uma crise política e jurídica generalizada na Argentina.
No centro de tudo está o presidente Javier Milei, cujo apoio público ao token no início deste ano está sob intenso escrutínio.
O que começou como uma promoção chamativa de memecoin se transformou em congelamento de ativos, denúncias criminais e questionamentos, que chegam aos mais altos escalões do governo.
Como resultado, o colapso da LIBRA se tornou uma lição de como o apoio político pode alimentar a especulação e prejudicar investidores comuns, quando se trata de criptomoedas.
Juíza congela ativos e mira o círculo íntimo
A juíza María Servini autorizou o congelamento dos ativos de diversas pessoas ligadas ao lançamento e à promoção da LIBRA.
Entre elas, estão Mauricio Novelli, Manuel Terrones Godoy e Sergio Morales, que, supostamente, desempenharam papéis importantes na divulgação do projeto ao público.
Servini não parou por aí. Ela suspendeu, também, as proteções de sigilo bancário das contas pertencentes ao Presidente Milei e à irmã, Karina Milei, que atua como Secretária-Geral da Presidência.
O objetivo do tribunal é rastrear o dinheiro. Os investigadores estão tentando determinar se alguém no círculo íntimo de Milei se beneficiou financeiramente da breve alta da memecoin antes de sua queda repentina.
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Apoio presidencial impulsionou a LIBRA
A LIBRA foi lançada no dia 14 de fevereiro. No mesmo dia, o Presidente Milei fez uma publicação nas redes sociais elogiando o token. Assim, desencadeou uma onda de interesse dos investidores.
O preço disparou rapidamente. Milhares de pessoas compraram o ativo, presumindo que o endosso de Milei daria legitimidade ao projeto. Mas, em poucos dias, o preço despencou, deixando muitos investidores de varejo na mão.
As evidências agora apontam para alguns insiders iniciais vendendo seus ativos pouco antes da queda. Isso alimentou suspeitas de um esquema coordenado de pump and dump.
Desse modo, logo a LIBRA se tornou um escândalo nos setores cripto e político, levantando sérias preocupações sobre abuso de influência pública para ganho privado.
Reação política cresce rapidamente
Sem surpresa, o escândalo está causando uma grande comoção no cenário político argentino. Mais de 100 denúncias de fraude foram registradas contra Milei. Além disso, parlamentares da oposição estão discutindo abertamente o impeachment do presidente.
Críticos dizem que o presidente usou sua plataforma para atrair os cidadãos para uma armadilha financeira. Consequentemente, o Congresso iniciou uma investigação oficial.
Enquanto isso, os índices de aprovação de Milei foram afetados. O que antes se apresentava como um governo inovador e liderado por outsiders, agora enfrenta acusações de traição e incompetência.
O escândalo começou a ofuscar a agenda política de Milei e ameaça inviabilizar completamente sua presidência.
Problemas jurídicos se espalham para além da Argentina
A controvérsia não se limita aos tribunais locais. Escritórios de advocacia internacionais estariam preparando ações coletivas em nome de investidores de fora da Argentina que perderam dinheiro com a LIBRA.
Enquanto isso, agências de segurança dos Estados Unidos, incluindo o FBI e o Departamento de Justiça, foram notificadas. Se a má conduta financeira cruzou fronteiras ou violou as leis financeiras internacionais, este caso pode se tornar ainda maior.
Em conclusão, as consequências do colapso da LIBRA estão se configurando como um dos escândalos de criptomoedas de maior repercussão na América Latina.
Para os investidores, serve como um alerta. Para os políticos, um aviso: brincar com criptomoedas impulsionadas pelo hype traz consequências reais – e perigosas.
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