Binance e Abu Dhabi usam stablecoin de Trump em negócio

Neste artigo

Os participantes e o acordo que utiliza a stablecoin de Trump
Quem ganha com essa operação bilionária em USD1
Conclusão

Em uma das reviravoltas mais surreais da cena cripto-política, um acordo de investimento de US$ 2 bilhões na Binance acaba de ganhar uma dose extra de intriga. E isso envolve a stablecoin ligada a Trump.

Uma empresa de investimentos de Abu Dhabi está comprando uma participação minoritária na maior bolsa de criptomoedas do mundo. O negócio está sendo feito em uma stablecoin apoiada por ninguém menos que a família Trump.

Sim, é verdade. Esta é a primeira vez que usam uma stablecoin do grupo de Trump em um negócio de criptomoedas de alto perfil.

O token USD1 é emitido pela World Liberty Financial, uma empresa relativamente nova no cenário das stablecoins. Em resumo, essa firma conta com uma série de nomes ligados à marca Trump.

Estão juntos, por exemplo, do ‘visionário da DeFi’ Barron Trump até os ‘embaixadores da Web3’ Eric e Don Jr.

O acordo foi revelado na TOKEN2049 Dubai e já está causando muita polêmica.

Os participantes e o acordo que utiliza a stablecoin de Trump

A empresa por trás do investimento é a MGX, presidida por Sheikh Tahnoon bin Zayed Al Nahyan. Ademais, o Sheikh é conselheiro de segurança nacional dos Emirados Árabes Unidos.

Trump's World Liberty Financial says Abu Dhabi's MGX fund is making a $2B investment in Binance using World Liberty's USD1 stablecoin, raising ethical concerns (@yaffebellany / New York Times)https://t.co/RSm948t9Bp https://t.co/lMaZcxKDWT https://t.co/ZOzeer2dpR

— Techmeme (@Techmeme) May 2, 2025

A MGX não é novata em investir em empreendimentos tecnológicos ousados. Anteriormente, a empresa se associou à BlackRock e à Microsoft em um fundo de IA de US$ 30 bilhões. Desta vez, aposta alto nas criptomoedas.

A diferença? Em vez de transferir dólares americanos ou usar uma stablecoin importante como a USDC, a MGX está usando o USD1.

Ou seja, uma stablecoin relativamente desconhecida até agora, lançada no ano passado pela World Liberty Financial.

Essa empresa foi cofundada por Zach Witkoff, filho do incorporador imobiliário e aliado de Trump, Steve Witkoff. E o envolvimento da família Trump é tudo menos sutil.

De acordo com materiais da empresa, o presidente Donald Trump está listado como ‘principal defensor das criptomoedas’.

Eric e Don Jr. são ’embaixadores da Web3’ e Barron é, sem exagero, o ‘visionário da DeFi’. Parece paródia, mas é real.

O USD1 é atrelado ao dólar e supostamente tem respaldo nos títulos do Tesouro dos EUA, como outras stablecoins que visam manter um valor de 1:1 com o dólar.

.@worldlibertyfi pic.twitter.com/mwhVIzPJyq

— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) August 29, 2024

Quem ganha com essa operação bilionária em USD1

Sejamos claros, US$ 2 bilhões não são pouca coisa. Usar uma stablecoin ligada à política para transferir esse tipo de dinheiro para uma bolsa de criptomoedas que recentemente foi alvo de acusações criminais nos EUA levanta todo tipo de suspeita.

A Binance, é claro, se declarou culpada em 2023 por violar as leis antilavagem de dinheiro dos EUA.

A exchange concordou em pagar bilhões em multas e está sob rigorosa supervisão federal desde então.

No entanto, agora um ativo ligado a Trump faz parte da história de recuperação da Binance? Isso certamente atrairá atenção e provavelmente investigações.

Os críticos também apontam as óbvias preocupações com conflito de interesses. Se a família Trump lucrar com essa stablecoin e com um acordo envolvendo a Binance, como isso afetará a percepção de imparcialidade? Especialmente com Trump concorrendo novamente ao cargo?

Acrescente a isso que alguns compradores de tokens USD1 incluem estrangeiros que não teriam permissão para doar para campanhas políticas nos EUA. E o labirinto ético fica ainda mais complicado.

Conclusão

Um investimento de US$ 2 bilhões em criptomoedas sempre seria manchete. Mas fazê-lo por meio de uma stablecoin com a marca Trump leva essa história a um território totalmente desconhecido.

É um lembrete de que, em criptomoedas, política e finanças, as linhas estão ficando cada vez mais tênues. Se essa medida resistirá ao escrutínio legal é outra questão, a qual os reguladores precisam responder em breve.

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Binance e Abu Dhabi e a stablecoin ligada a Trump

Uma empresa de Abu Dhabi, MGX, está investindo US$ 2 bilhões na Binance usando USD1, uma stablecoin ligada a Trump emitida pela World Liberty Financial.

O USD1 está atrelado ao dólar americano e é promovido pela família Trump.

TOKEN2049 Dubai divulgou o acordo e gerou preocupações éticas pelo envolvimento da família Trump e campanha política ativa de Trump.

A Binance, que declarou culpa por violações da lei anti lavagem de dinheiro dos EUA em 2023, continua sob supervisão federal. O que aumenta a pressão regulatória sobre o acordo já controverso.

Críticos alertam que o uso de uma stablecoin com marca política em uma transação multibilionária pode desencadear investigações legais e de conflito de interesses.